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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Durão e Passos: Com “amigos” como estes, a “Europa” não precisa de inimigos!



Por ironia do destino, ou talvez não, o Dia da Europa, que ontem se comemorou, ficou marcado pela aparição conjunta de Durão Barroso e Passos Coelho numa iniciativa da Universidade Católica ( a tal que está isenta de pagar os impostos pagos pelas outras universidades…) para assinalar o Dia da Europa.

Não deixa de ser curioso que ambos tenham revelado uma “grande preocupação” pela ascensão dos “populismos” na Europa e se tenham apresentado como “moderados”.

À frente da Europa, Durão Barroso foi uma das figuras que mais contribui para o descrédito do projecto europeu e para o afastamento dos cidadão desse projecto, pela forma como impôs uma austeridade que favoreceu os “mercados” e o corrupto sistema financeiro, em detrimento da qualidade de vida dos cidadãos europeus.

Durão Barroso, o “moderado” , é o mesmo que teve um dos mais indignos actos de falta de ética quando, depois de, em boa hora, ter abandonado a presidência da Comissão Europeia, ter entrado de imediato ao serviço de uma das instituições financeiras que mais beneficiou com a austeridade antissocial que ele defendeu enquanto exerceu aquelas funções.

Durão Barroso foi um dos rostos mais poderosos das medidas tomadas pelas várias “troikas” contra o bem-estar e os direitos sociais dos cidadãos europeus (principalmente na Grécia, em Portugal e na Irlanda, mas também, de forma menos visível, na França, na Itália e nalguns países do leste), contribuindo com ninguém para a ascensão do populismo de extrema-direita que assola o espaço europeu.

Ao tentar pôr no mesmo saco do estafado “populismo” todos os que criticaram as medidas antissociais tomadas durante o seu mandato e aqueles outros que impõem uma agenda de extrema-direita, alimenta a confusão que mais tem contribuído, para a ascensão do verdadeiro populismo, sem esquecer que foram os partidos da família politica de Barroso que legitimaram o discurso da extrema direita ao adoptarem muitas das reivindicações desses mesmos partidos.

E já agora, tendo em conta que uma das situações que mais tem sido explorada, de forma demagógica, por esses populismos, a questão da emigração, convém recordar que grande parte desses migrantes fogem das guerras e dos conflitos que foram fomentados, entre outros, por Durão Barroso, um dos rostos da célebre cimeira das Lajes que levou à Invasão do Iraque, ou durante o seu mandato, como aconteceu como o apoio irresponsável à “Primavera árabe” que conduziu à situação na Líbia e na Síria.

Quanto a Passos Coelho, foi um mero executante e colaboracionistas das acções socialmente criminosas da “troika” em Portugal, indo mesmo “além da Troika”, com todas as consequências sociais, económica e financeiras que são conhecidas.

Comemorar o “Dia da Europa” com aquelas duas figuras é a melhor maneira de dar mais uma machadada no ideal europeu.

Para a "festa" ser completa, só por lá faltaram Portas e Cavaco.

É caso para dizer que, com “amigos” como esses, o projecto Europeu não precisa de inimigos!

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