Conforme já aqui revelei, por mais de uma ocasião, sou bastante céptico
em relação a Macron e àquilo que ele representa.
Contudo, ao longo da última semana, conheci algumas “estórias” ligadas
a Macron que têm contribuído par, sem entusiasmo nem muita esperança, acreditar
que ele pode ser o político certo na França e na Europa destes dias.
Primeiro foi a história contada por Varoufakis, o antigo ministro das
finanças da Grécia, miseravelmente humilhado pelos figurões de Bruxelas, e que
terá encontrado em Macron, então ministro da economia de França, um
compreensivo e isolado aliado, atitude que terá custado, ao agora eleito
presidente francês, o seu “despedimento” do executivo de Hollande, por pressão
de Merkel e do seu tenebroso ministro das Finanças.
Depois a história familiar do próprio Macron, revelando a fibra de um
homem romântico e apaixonado, enfrentando todas as convenções.
Finalmente o seu ousado apelo aos cientistas norte-americanos, maltratados
pelo ignorantão Trump, para virem viver para França, onde ele lhes prometeu
condições para o seu trabalho de investigação sobre as alterações climatéricas.
Se a tudo isto juntarmos a coragem demonstrada na forma como
desmascarou a retórica neo-fascista de Le Pen, enfrentando-a num debate que
tinha sido recusado noutras ocasiões pela cobardia ou preconceito de outro
políticos, estas pequenas “estórias” são reveladoras de um homem decente.
Nos dias que correm, se essa decência e coragem se revelar na sua
futura acção como Presidente da França, talvez a Europa tenha encontrado finalmente
alguém que possa servir de modelo a uma Europa desorientada e maltratada pelo
politburo de Bruxelas.
Neste caso subscrevo o título e o conteúdo da crónica de hoje de João
Miguel Tavares: “Não quero messias. Bastam-se políticos decentes”.
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