A forma como certa comunicação social
e alguns comentadores alardeiam a iniciativa que vai marcar a vida lisboeta a
partir de hoje, é bem reflexo de uma certa forma de encarar a rápida evolução
tecnológica dos últimos anos, que varia entre o mais ridículo provincianismo e
as reais capacidade criativas fomentadas pela actual revolução tecnológica.
A atitude de basbaques provincianos
assumida por alguns comentadores perante aquele evento, como se a tecnologia,
só por si, fosse o paraíso na terra, é oportunisticamente assumidas por outros
com a defesa boçal da “uberização” do trabalho, procurando colar aquela
iniciativa à “necessária” precarização do trabalho sem direitos.
Ora, a tecnologia não é “boa” ou “má”
só por si, dependendo do uso que dela pode ser feito.
Por sua vez, a evolução tecnológica,
ao contrário daquilo que aqueles defendem, não justifica o aumento da
precaridade profissional, a perda de direitos sociais ou a desvalorização do
factor trabalho.
Pelo contrário, e isso é o verdadeiro
apanágio da maior parte das empresas que participam nesse evento, a inovação
tecnológica só será importante se melhorar a qualidade de vida da humanidade .
É exactamente graças à inovação
tecnológica dos últimos anos que, nos nossos dias, não se pode continuar a justifica
o aumento de desigualdades, o aumento de injustiça social ou a desvalorização
do factor trabalho à custa da qualidade
de vida.
Por isso, a inovação tecnológica é,
só por si, o estertor da mentalidade provinciana e socialmente oportunista dos
comentadores neoliberais que tentam colar a iniciativa aos seus ataques
descabelados ao estado social.
Por seu lado, iniciativas como esta,
para além da importância económica, social e cultural que podem ter para o país
, interessam, em primeiro lugar, às empresas aí inscritas que pretendem
valorizar o seu “produto” e, em segundo
lugar, à generalidade de empresas e cidadãos que podem ficar a conhecer as
novidades tecnológicas que possam contribuir para melhorar, qualitativamente,
as suas condições de produção e trabalho.
Tudo o resto é conversa de basbaque
oportunista e provinciano.
Nas sociedades actuais há lugar para
a tecnologia, mas só se ela servir, antes demais, para a humanização dessas
mesmas sociedades.
Uma última nota ainda para a
ignorância de alguns comentadores que vêem nessa iniciativa uma prova exclusiva
da dinâmica das empresas privada em desfavor da “inércia” do Estado, dos
serviços públicos e da esquerda em geral : “esqueceram”-se que houve um grande investimento público, quer
na divulgação, quer na organização desse evento, por parte do Estado e de um
governo de esquerda apoiado pela esquerda!!!!???
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