Percebo agora o que muitos alemães e cidadãos europeus sentiram, na
década de 30, quando Hitler chegou ao poder, também por via democrática.
A ignorância, a intolerância e a arrogância venceram mais uma vez por
via democrática e, desta vez, num país que pode influenciar a vida de todos os
cidadãos do mundo.
Venceu uma explosiva mistura de Nicolas Maduro com Rodrigo Duterte e
umas pinceladas de Vladimir Putin .
A vitória eleitoral de Trump vai incentivar todos os populistas e
xenófobos que ganham terreno por essa Europa e pelo mundo fora, a começar já em
França por Sarkozy e LePen.
O mais grave de tudo, e que vai ter efeitos dramáticos à escala global,
é a posição do novo presidente em relação às alterações climatéricas. Se levar
adiante o que promete, é melhor começarmo-nos todos a prepara para um cenário
parecido com o do filme “O Dia Depois de Amanhã”.
Depois, e não menos grave, se o novo presidente for coerente com a sua
agressiva retórica eleitoral, vamos ter um agravamento das tensões militares e
da corrida armamentista à escala global, não se podendo por de lado que
assistamos, pela primeira vez após a Segunda Guerra, a um ataque nuclear a um
qualquer país que irrite o novo presidente da América.
Nos Estados Unidos, o efeito principal, no imediato, vai ser um enorme
retrocesso social, que vai começar pela destruição do “ObamaCare”, pelo aumento
de ataques racistas, homofóbicos e xonófobos, gerando um aumento generalizado da
insegurança, da violência e de medo, que alimentará a retórica do “novo”
partido Republicano e do presidente eleito, que resvalará cada vez mais para um
Estado proto-fascista, apoiado pelo complexo militar norte americano e pelo
grande poder financeiro.
O lobbie do armamento vai sair reforçado, com consequências cada vez
mais dramáticas.
No fim, e se não se envolverem numa guerra com alguém, que disfarce a
crise social que se vai agravar, os Estados Unidos vão sair de tudo muito mais
enfraquecidos e isolados, levando consigo todo o mundo ocidental.
A única recomendação que dou aos Americanos de bem, progressistas e
inovadores, é que, enquanto é tempo e se puderem …fujam para o México [Canadá e Europa] enquanto
não se constrói o Muro!!!
A única coisa positiva, no meio desta catástrofe, é o facto de, com a
vitória de Trump, não se atirar apenas fora o “bébé”, mas atira-se também fora
a “àgua do banho”, isto é, a globalização neoliberal, que nos conduziu a esta
catástrofe, e a cegueira do politburo de Bruxelas, descredibilizado com tudo isto,
mais o seu malfadado TTIP.
A única esperança é que tudo não tenha passado de retórica eleitoral,
mas, a ser assim, é o próprio candidato que vê comprometido o seu futuro
político.
Como dizem nos Estado Unidos, que “Deus salve a América”, e o Mundo
também!
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