Olhando para os padrões eleitorais
que levaram Trump à presidência, as surpresas são muitas.
Usando os critérios que identificam o programa do “trumpismo” e aquilo
que o candidato republicano defendeu em campanha, ficamos a saber que, entre os eleitores norte-americanos:
- 58% dos homens brancos são racistas e intolerantes;
- 49% dos brancos com formação superior assumem-se ignorantes e incivilizados
;
- 42% das mulheres gostam de ser “apalpadas” e ouvir piropos;
- 29% de hispânicos e asiáticos gostam de ser insultados:
Felizmente, apenas 8% de negros gostam de ser humilhado pela cor da
pele.
São esse os números que identificam os apoiantes de Trump.
Contudo, e invertendo esses números, ainda há esperança, porque não o
apoiaram:
- 88% dos negros votantes;
- 65% de hispânicos e asiáticos;
- 55% dos eleitores mais jovens (no escalão dos 18 aos 29 anos)
- 54% de mulheres;
Um outro dado que pode dar alguma esperança é o facto de, pela segunda
vez neste século, e pela 5ª vez desde que há eleições nos Estados Unidos (nunca
tendo acontecido no século XX), um presidente é eleito sem ter a maioria do
voto dos eleitores.
Clinton recebeu mais 250 mil votos que Trump na totalidade de todo o
país.
Não deixa de ser paradoxal que Trump, que tanto se queixou do “sistema” tenha beneficiado do mesmo “sistema” para
vencer umas eleições com menos de 50% de votos (uma percentagem que desceria
ainda mais se contássemos com os votos noutros candidatos).
Se o “sistema” colocou Trump no poder, a maior parte dos
norte-americanos não o apoiam e manifestaram-no nas eleições, retirando legitimidade democrática às suas
acções futuras.
É a única boa notícia destas eleições.
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