Perante uma esquerda dividida e desacreditada, tudo indica que a escolha dos franceses nas presidenciais vai-se fazer-se entre Fillon e Marine Le Pen.
Fillon é o "Donald Trump" francês, mais polido e bem educado.
Em termos sociais é ainda mais radical que Le Pen.
Fillon defende o despedimento de 500 mil funcionários públicos, a destruição radical do "Estado Social" francês, o aumento do horário de trabalho até ás 48 horas semanais e tem um discurso radicalmente conservador em termos culturais e sociais.
Com Fillon a Frente Nacional, mesmo que não ganhe as eleições, já ganhou ao impor o seu discurso xenófobo e islamofóbico, e, perante o radicalismo neoliberal de Fillon, até pode surgir como uma opção "moderada" em termos sociais.
Se é com candidatos como Fillon que a direita europeísta pretende combater o populismo da extrema-direita, oferecendo em troca mais austeridade, então o sonho de uma Europa solidária caminha para o desastre total.
Se no caso americano, apesar das discordâncias, Hillary Clinton era uma alternativa credível a Trump, o mesmo não se pode dizer em relação a Fillon em França.
Se fosse francês, votava em branco numa segunda volta onde se venham a perfilar aquelas duas sinistras figuras.
Entre o "diabo" da direita radical neoliberal representada por Fillon e o "diabo" da extrema-direita neofascista representada por Le Pen...venha o diabo e escolha!
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