Numa situação rara na política portuguesa recente, os candidatos que
concorrem à presidência da República são, na sua totalidade, pessoas decentes.
Daí, para além das questões ideológicas que os podem distinguir, a
dificuldade de escolha.
Marcelo Rebelo de Sousa, que surge em vantagem nas intenções de voto,
não deve essa vantagem ao facto de ser melhor do que os outros, mas ao facto de
ter beneficiado, ao longo destes últimos anos, de maior visibilidade na
comunicação social.
Intelectual e politicamente existem muitos outros candidatos que estão
tão ou mais capacitados do que Marcelo para ocuparem o lugar em disputa.
Além disso o apoio que recebe dos partidos da direita limita a
independência da sua candidatura.
A própria personalidade de Marcelo é uma incógnita, já que ele é um
mestre em dissimular as suas próprias intenções políticas, muito marcado pela
política espectáculo da sua carreira como comentador e, por isso, se não me
assusta, não me cativa como candidato.
Maria de Belém, a outra candidata forte nestas eleições, beneficia de
uma longa experiência política e de uma promissora experiência governativa, o
que é uma vantagem, mas, na actual conjuntura, pode ser um óbice.
A desvantagem dessa situação vem
do facto de, mesmo os melhores políticos, como é o caso dessa candidata,
viverem num mundo diferente da realidade, uma realidade que inclui os poderes políticos
e financeiros, uma elite cada vez mais afastada da vida das pessoas, e que da
vida fora da política ou dos negócios apenas conhece as estatísticas, resumindo
cada cidadão a um número dessas estatísticas.
Além disso é uma figura demasiado cinzenta e autoritária e gente
cinzenta e autoritária já nós aturamos na presidência há dez anos.
E é assim que chegamos a Sampaio da Nóvoa.
Não foi criado pela comunicação social nem no carreirismo político, foi
“criado” com muito trabalho, numa área exigente, a do ensino universitário,
revelando capacidades de liderança enquanto reitor da Universidade de Lisboa ,combinando uma
postura humilde, que o aproxima do comum dos cidadãos , com o conhecimento
profundo da realidade portuguesa e, naquilo que é cada vez mais raro nos
políticos portugueses , pensando a sociedade portuguesa para além dos lugares
comuns ou da imediatismo.
(Sobre o essencial do seu pensamento, aconselhamos a leitura AQUI do seu discurso enquanto presidente da comissão organizadora das comemorações do 10 de Junho em 2012).
Precisamos de ser representados, no mais alto cargo da República, por
alguém que seja diferente, criativo, culto, independente, que respeita os cidadãos e ponha
o interesse destes acima dos interesses da baixa política ou do sector
financeiro, que conheça o país, a sua história, a sua cultura, e que nos puxe
para a frente, com firmeza, mas com humildade.
Alguém que dê cor à Presidência da República.
Por tudo isso, aqui declaramos oficialmente o apoio do administrador
deste blog à candidatura de Sampaio da Nóvoa.
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