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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Em Portugal e na Europa eles foram os verdadeiros derrotados:


 Em Portugal os chamados partidos do arco do poder sofreram uma estrondosa derrota.

A Aliança PSD/CDS foi derrotado de facto, perdendo quase 400 mil votos em relação às últimas eleições europeias.

Eles eram o rosto nacional das políticas “austeritárias” impostas pela troika (Comissão Europeia, BCE e FMI), responsáveis pela perda generalizada de direitos, rendimento e emprego.

Mas o PS, que venceu estas eleições, também não pode fazer o foguetório que fez com o resultado, já que não se descolou significativamente da aliança direitista.

A brutal abstenção e grande subida de votos nulos e brancos, embora sejam um forma pouco responsável e consequente de manifestar descontentamento em democracia, revelam contudo o grande descontentamento e o desprezo pelo projecto europeu por parte da grande maioria dos portugueses.

Ou seja, estas eleições, apontadas por alguns como a grande sondagem nacional e a primeira volta das legislativas que se seguem, revelaram-se uma falsa partida, deixando em aberto a possibilidade da maiorias de direita recuperar a iniciativa e bater o maior partido da oposição.

As pessoas perceberem que o PS tem responsabilidades no actual estado de coisas e por isso, apesar da gravosa e humilhante situação em que vive a maior parte dos portugueses, não deram um sinal claro de que querem o PS como alternativa, pelo menos sem que este se revela uma verdadeira alternativa às malfeitorias impostas ao país pela Comissão Europeia.

Por isso, o principal alvo do descontentamento revelado pelos portugueses,  não dando um cheque em branco ao PS, penalizando fortemente a Aliança PSD/CDS, desconfiando do piscar de olhos do PS ao Bloco de Esquerda, distribuindo os seus votos pelos partidos do protesto (MPT) ou da critica radical ao projecto europeu (CDU), ou virando as costas à Europa pela abstenção, voto em branco ou voto nulo, foi a "malta" da troika, Lagarde, Draghi, Barroso, Rhen, Constâncio , Gaspar….

Nesse protesto, os portugueses não ficaram isolados.

O crescimento dos partidos que se manifestam contra o poder da burocracia de Bruxelas,  explorando muitos a irracionalidade dessa revolta, como se comprova pelo crescimento da extrema-direita, que vence na Inglaterra, na França, na Hungria, na Dinamarca, na Bélgica e, com resultados significativos na Grécia, na Holanda e noutros estados, bem como o crescimento do populismo sem ideologia na Itália, ou da esquerda radical na Grécia, ou a derrota dos partidos do “arco do poder” em Espanha, onde o PSOE e o PP juntos obtiveram menos de 40%  dos votos, mostra quem foram os verdadeiros derrotados.

Devemos juntar a tudo isto o facto significativo de o partido liderado pelo tenebroso comissário finlandês Olli Rehn ter sido fortemente penalizado nestas eleições, obtendo um míseros 19%.

Não é desejável que o projecto europeu falhe. Mas quem levou a Europa para este beco sem saída foram as políticas que desprezaram os cidadãos europeus ao longo dos últimos anos, através de decisões não democráticas tomadas por organismos sem controle democrático como a Comissão Europeia, o BCE ou o Eurogrupo.

Pelos primeiros comentários que essa gente tem feito nas últimas horas aqui em Lisboa, é de temer o pior, pois parece que ainda não perceberam que foram eles os primeiros responsáveis por esta situação.

Se estivéssemos perante gente com o mínimo de vergonha e decência, estavam todo a demitir-se dos seus cargos pagos a peso de ouro.


Se eles não perceberam, é tempo de os cidadãos europeus lhes dizerem que, com estes resultados eleitorais. perderam toda a legitimidade para se manterem nos seus cargos e para nos imporem a sua política anti-social

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