O presidente da União Europeia, Herman von Rompeuy, tem “o
carisma de um trapo velho” e a “aparência de um bancário”, “sem qualquer
legitimidade para o cargo”.
Catherine Ashton é “uma inútil” que foi nomeada para o cargo
de “ministra dos estrangeiros” da União Europeia “porque o marido é um dos
principais financiadores do Partido Trabalhista”.
Bruxelas é governada “pelas piores pessoas que a Europa viu
desde 1945”.
Quem não subscreveria por baixo estas afirmações?
O problema é que quem as proferiu foi Nigel Farange, líder
da extrema-direita britânica e um dos previsíveis grandes vencedores das
eleições europeias.
O problema da expansão do populismo da extrema-direita
europeia é exactamente este.
Dizem a verdade, com ara respeitável, despidos das suas
fardas negras, escondendo as suas verdadeiras intensões, aproveitando-se da
desorientação da esquerda europeia, da traição social-democrata aos cidadãos e
trabalhadores da Europa e da retórica neoliberal e neoconservadora da direita
europeia que legitima o discurso dessa extrema-direita.
Um dos resultados possíveis nas próximas eleições europeias
é o avanço eleitoral da extrema direita e do populismo, um pouco por todo o
lado.
Ao esvaziar o parlamento europeu, único órgão democrático
europeu, do seu poder, ao permitir que as grandes decisões sejam tomadas nas
costas dos cidadãos europeus pela burocracia da União Europeia, com a Alemanha
de Merkel a liderar, e ao se submeteram aos ditames do poder financeiro,
retirando direitos sociais e reduzindo o bem-estar dos seus cidadãos, os
partidos que dominam a Europa abrem caminho para a demagogia de
extrema-direita.
A grande incógnita vai ser, assim, saber até onde vai o
crescimento da extrema-direita e até onde vão ser penalizados os governos da
“austeridade”.
Por cá esta é a grande sondagem onde se vai medir se o
conformismo da abstenção terá mais peso
que a penalização dos partidos do “arco da dívida” com um aumento de votação à
esquerda.
Pessoalmente estive inicialmente inclinado para me abster
pela primeira vez, já que o Parlamento Europeu não passa de um mero verbo de
encher, como expliquei AQUI .
Mas neste momento, e sendo provável que a abstenção não
venha a chegar aos 65%, tornando-se assim irrelevante para fazer soar as
campainhas de alarme dos burocratas europeus,
seria muito grave que os partidos do governo saíssem vencedores ou
fossem derrotados por pouco.
O PS não me merece grande confiança, já que foi responsáveis pelo descalabro financeiro do país, com José Sócrates, de quem não
de demarcou, e abriu as portas a muitas das medidas anti-sociais deste
governo.
É por isso importante que os partidos à esquerda do PS
ganhem fôlego nestas eleições, nomeadamente a CDU, o BE ou o Livre.
Seria também interessante que algum pequeno partido, como o
PAN ou o Partido da Terra, conseguissem eleger um deputado.
Tudo, menos uma vitória da aliança PSD/CDS ou uma vitória
expressiva do PS.
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