Toda a chantagem feita pelo governo, com o aval da troika e de algum
patronato, sobre o aumento do salário mínimo nacional de 485 euros para 500
euros é, no mínimo, abjecta e reveladora do nível ético dessa gente.
É indigno que quase 500 mil trabalhadores em Portugal recebam esse
salário mínimo, um salário que resvala a escravatura e, como se sabe, coloca na
pobreza milhares de assalariados.
Tenho por mim que qualquer salário inferior a 700 euros é um roubo e
uma vergonha nacional.
Em Portugal, o mínimo para se viver com alguma dignidade, mesmo se com
horizontes limitados, é um rendimento mensal de mil euros por pessoa adulto,
numa família com um máximo de um filho …
Basta fazer as contas. Por estes lados uma empregada de limpeza, uma
actividade digna e honrada, mas com pouca qualificação exigida, é paga a 6
euros por hora, o que perfaz o equivalente a um ordenado mensal de 960 euros,
tendo por base um horário de trabalho semanal de 40 horas, multiplicado por 4
semanas.
Por isso, ao avançar com um mínimo aceitável de 700 euros de salário ,
já estou a ser muito benevolente em relação ao pagamento por hora, e partindo
do principio que um ordenado certo mensal é sempre mais seguro que um pagamento
à hora.
Por isso a discussão sobre um aumento do salário mínimo de 485 para 500
euros é, como o diz Nicolau Santos, na crónica que pode ser lida em baixo, uma
vergonha nacional que envergonha patrões, políticos, economistas e toda a
burocracia da União Europeia…
Sem comentários:
Enviar um comentário