Quando ouvíamos os adeptos da política de austeridade, por
cá e por essa Europa fora, com o ar mais
cândido deste mundo, espantados com os resultados “não previstos” da sua
receita de austeridade e de destruição da sociedade para onde nos
conduzem(aumento da pobreza, aumento de desemprego, aumento da recessão,
aumento das falências, queda do consumo, queda do PIB, enquanto o deficit e a
dívida pública continuam aumentar),eles
não estavam a fingir, acreditavam mesmo naquelas políticas.
Qualquer cidadãos com um mínimo de conhecimentos históricos
e económicos percebia qual seria o resultado das medidas de austeridade.
Mas “respeitáveis” economistas, comentadores e políticos
continuavam a acreditar cegamente no que faziam e diziam em defesa das medidas
de austeridade.
Tinham atrás de si vários estudos de “grandes” e “prestigiadas” universidades e de” grandes”
economistas e por isso limitavam-se a seguir o “guião” seguido por tão
incontestáveis cérebros.
Tudo ía bem para a narrativa dessa gente, embora à custa do
bem-estar, dos direitos e do futuro dos cidadãos europeus, até se descobrir que
afinal “o rei ía nu”.
Descobriu-se agora que o estudo que serviu de base para
estas políticas, elaborado por uma “prestigiada” universidade e uma dupla de
“prestigiados” economistas norte-americanos, tinha erros grosseiros de cálculo
e tinha analisado dados de forma parcial, eliminando dados que conduzissem a
conclusões diferentes daquelas que eles pretendiam atingir, que era a de
justificar este tipo de austeridade.
Cândidamente, desde figurões como o sr. Olly Rehn, até às
nossas figurinhas locais, como o governador do Banco de Portugal ou o
incompetente Gaspar, citaram esse estudo até à exaustão para justificar a sua
“austeridade”.
Agora que se descobriu a aldrabice, seria de esperar um
pedido de desculpas públicas por parte dessa gente e, no caso do sr. Rehn, um dos
principais “rostos do mal” do fanatismo
neoliberal, que exerce um cargo para o qual nenhum cidadão europeu o elegeu, o
mínimo que devia fazer era pedir a sua demissão.
Infelizmente esta gente, para além de histórica e humanamente ignorante, não tem ética nem humanismo e nunca
irá reconhecer o erro que está a custar a vida dos europeus e o futuro da
solidariedade europeia.
Continuarão, na sua arrogância e teimosia, que é a arma dos
ignorantes e dos fanáticos, a defender a destruição da sociedade europeia.
É tempo de os cidadãos europeus começarem exigir outra
política e outra gente à frente dos destinos europeus. É tempo de os cidadãos
europeus exigirem que a Comissão Europeia e a liderança do BCE sejam eleitos e controlados
democraticamente.
A continuar por este caminho, fazendo depender a vida das pessoas
de erros de cálculo numa folha de Excel e de ignorantes decisores políticos,
sem o mínimo de dignidade, humanidade e ética, a Europa caminha para uma das
maiores tragédias da sua história.
Académicos terão descoberto erro na fórmula de um estudo que sustenta políticas de austeridade - Economia - Jornal de Negócios(clicar para ler).
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