O resultado das eleições italianas reflectem o grande
descontentamento nesse país, que é “só” a terceira economia da União Europeia,
em relação ao modelo económico-social que a Comissão Europeia, a srª Merkel e o
BCE tentaram impor aos seus cidadãos, sob a direcção do seu capataz local, o
sr. Monti.
Este, aliás, e o seu movimento, foram os grandes derrotados
nestas eleições.
O resultado reflecte bem o nível de descontentamento na
sociedade italiana, com os movimentos populistas de Berlusconi , por um lado, e
Grillo, por outro, a somarem mais de 50%
dos votos e a esquerda, que nunca se soube demarcar das políticas de
austeridade de Monti, a “sofrer” uma vitória de Pirro, já que, para poder
governar, só o pode fazer aliando-se a um desses dois.
Que a srª Merkel se tenha apressado a ameaçar os italianos "avisando-os" de que as medidas de austeridade e as “reformas” são o único
caminho “possível”, e para continuar, só revela o desespero e a falência do modelo que a dita senhora
pretende impor à Europa, com as suas “tropas” do BCE e da Comissão Europeia e
os seus “gauleiter” espalhados por vários governos (como acontece em Portugal)
e bancos europeus.
Mas o mais grave é que haja já quem considere a necessidade
de recorrer a um novo acto eleitoral. Esta é de facto a “democracia” daqueles
que acham que, quando os resultados não agradam aos seus objectivos, há que
continuara a insistir em novos actos eleitorais, até estes lhes darem o
resultado que lhes interessa. Foi assim na Grécia, tem sido assim em vários
referendos sobre tratados europeus.
Os “mercados”, já se viu pela maneira como reagem a actos
eleitorais adversos aos seus negócios e pelo modo como admiram o “modelo
chinês”, que querem impor na Europa, não se dão muito bem com a democracia.
A srª Merkel e a anti-democrática Comissão Europeia, não
parecem, igualmente, lidar muito bem com a vontade democrática e continuam a
ignorar os graves sinais, para a unidade e para a paz social na Europa,
quechegam de todos os lados. Quando perceberem a porcaria que construíram para
os cidadãos europeus para salvarem os seus “mercados” será tarde demais.
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