Sem demasiadas ilusões, foi com alívio que recebi, esta manhã, a notícia de reeleição de Barak Obama.
Não tenho grandes ilusões sobre alguns aspectos da política internacional dos Estados Unidos, transversais a toda a sua história recente, mas a eleição de Obama é uma boa notícia.
Pelo menos sabemos com o que contamos e sabemos que Obama, que reintroduziu alguma racionalidade nas relações internacionais, depois do descalabro da era Bush, não se deixa arrastar pelas aventuras dos poderosos falcões do complexo industrial-militar e do mundo financeiro que dominam o seu país, funcionando essa reeleição como um travão às pretensões aventureiras desses sectores.
A reeleição de Obama não deixa de ser também um sinal de esperança para os cidadãos europeus, pois têm nele um aliado no combate às irracionais e criminosas políticas sociais e económicas da Comissão Europeia.
Não deixa também de ser irónica a pressa com que a sr. Merkel se chegou à frente para felicitar a reeleição de Obama, ela que foi uma das principais responsáveis pelas dificuldades dessa reeleição, pois o resultado das políticas de austeridade impostas por aquela senhora à Europa, num mundo globalizado como o nosso, travaram a recuperação económica dos Estados Unidos e este foi o tema de que mais se serviu Romney para atacar Obama.
Mas esta reeleição tem também derrotados: os neo liberais e os neo conservadores que apoiaram Romney ( e, por cá, ontem, os principais rostos dessa corrente entre nós já salivavam de satisfação quando ainda parecia possível uma vitória republicana); os fundamentalistas do actual governo israelita que tudo apostaramn numa derrota de Obama para poderem continuar a sua política de terra queimada em ralação ao problema palestiniano; os fundamentalistas do Irão que, perante um presidente pragmático e dialogante como Obama, perdem todo o poder de manobra na sua retórica anti-americana.
Um aspecto a merecer reflexão entre os eleitores americanos é o facto de, mais uma vez, se ter registado uma fraude generalizada nas eleições da Flórida, mantendo-se até ao momento a incógnita sobre os resultados desse estado que, no passado, deu a vitória a Bush através de outro processo pouco dignificante para a democracia norte-americana. Felizmente, deste vez, nada depende do resultado desse estado dominado pelos republicanos.
E agora é desejar que se cumpra a frase de Obama, ontem no seu discurso de vitória, segundo a qual "o melhor ainda está para vir".
1 comentário:
Inspirador, não achaste? Decorridos quatro meses sobre a reeleição de Obama, ainda ninguém nada de tão inspirador e positivo.
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