Jean-Claude Juncker é um dos poucos burocratas decentes que
sobra entre um bando de incompetentes e irresponsáveis que têm vindo a minar a
credibilidade do projecto Europeu nos últimos anos.
Talvez porque falava de forma diferente, criticando, embora
de forma indirecta, o modelo autoritário e de austeridade imposto por Merkel,
Olli Rehn, Barroso, e Draghi aos cidadãos europeus, já se “conspirava” para o
afastar do cargo, colocando no seu lugar o sinistro ministro das finanças da
Alemanha.
A mudança política em França e a situação da Itália e da
Espanha vieram a baralhar a estratégia da senhora Merkel e dos funcionários que
para ela trabalham na Comissão Europeia e, esta madrugada, a srª Merkel e a sua
estratégia sofreram um novo revês com o prolongamento do mandato de Juncker para
dirigir o Eurogrupo.
Espera-se agora que Juncker venha a ser coerente com
afirmações recentes e se coloque ao lado daqueles que querem recuperar os
princípios de uma Europa dos cidadãos, mais democrática e solidária, capaz de
se bater por aquilo que a diferenciava ainda não há muito tempo do resto do
mundo, que era o seu modelo que conjugava os direitos humanos com os direitos
sociais.
Senão o fizer, até porque tem aliados para o fazer, Juncker
vai desbaratar o seu capital de simpatia e arriscar-se-à a ficar para a
história como o “polícia bom” que disfarça a maldade dos “polícias maus” que
lideram a Europa e que a conduziram para o descalabro.
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