“Há os Estado Socialista, há o Estado Capitalista, há o Estado Democrático, há o Estado Fascista…e há o Estado a que Isto chegou!!!”
Cito de memória uma frase do filme “Capitães de Abril” atribuída ao capitão Salgueiro Maia.
Não me recordo se exatamente nesses termos, mas a idéia adapta-se perfeitamente à situação actual.
E o “Estado a que isto chegou”, ou o “Estado da Nação”, não é nada agradável de se ver:
- atingimos uma taxa de desemprego nunca visto, empurrando a geração mais nova para a emigração, com custos para o futuro do país, e os mais velhos para o desespero;
- o ritmo de falências de pequenas e médias empresas, que são quem sustenta a economia nacional, é alucinante, contribuindo para acentuar a destruição do aparelho produtivo nacional;
- os juros pagos pelo Estado, em benefício de agiotas especuladores, recorrendo aos cortes salariais e ao aumento de impostos para cumprir essas obrigações, são escandalosos e, cada vez mais, insuportáveis, beneficiando apenas esses agiotas nas negociatas entre a classe política do centrão e os banqueiros portugueses e europeus.
- a pobreza e as desigualdades não param de crescer, levando o país de regresso, em grande velocidade, às tristes realidade salazarentas;
- os lucros especulativos do grande capital e do sector financeiro continuam acrescer em passos largos, não pagando na mesma proporção que é paga por quem trabalha e produz, tudo em nome de “travar a fuga de capitais” ( mas já ninguém se preocupa com a “fuga de pessoas” que esvaziam o país do capital humano…);
- a fuga aos impostos e para os paraísos fiscais continua em grande ritmo, com a conivência das autoridade nacionais e da Comissão Europeia;
-a corrupção político-económica e ética continua a render cargos políticos e na administração das grandes empresas públicas e privadas, com o silêncio ruidoso dos tribunais;
- a democracia continua a perder influência, com uma classe política que muda de opinião para agradar aos comentadores de serviço, que gere o país à vista da hora dos noticiários, que desrespeita compromissos eleitorais, que não tem “palavra”, descarada para com os fracos e subserviente para com os poderosos, que toma medidas que todos os dias desrespeitam a Constituição que juraram cumprir;
- o direito é uma anedota, enredada no labirinto legislativo, construído a peso de ouro por gabinetes de advogados que lucram com a falta de clareza e os alçapões da lei, beneficiando quem tem dinheiro para arrastar processos e recursos e penalizando com dureza quem rouba para comer;
Este é o “Estado da Nação”…falta-nos alguém com a coragem de Salgueiro Maia que denuncie e aja para acabar com “O Estado a que isto chegou”!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário