Que os tempos estão difíceis (só para os contribuintes e
para os que produzem e trabalham…), nós sabemos...
Mas que se andem a aproveitar da situação para destruir, por
preconceitos ideológicos, aquilo que levou décadas a construir, não podemos
deixar.
Por muito mal que esteja um país, há um mínimo que deve ser
preservado: a sua cultura, a sua educação, os seus serviços sociais e a sua
saúde.
Já Churchill, durante a segunda guerra, confrontado com a
necessidade de cortar na cultura para poupar, se interrogava: “Então porque
combatemos? Não é pela nossa cultura?”.
A crise que hoje vivemos não é provocada por uma guerra nem
por um cataclismo, mas pela maior fraude ideológico/financeira da história,
aquilo que já alguém designou como o roubo mais bem organizado da história.
Tentam vender-nos a idéia que não existe alternativa à
austeridade e que esta deve incidir sobre os apoios sociais do Estado.
Depois de ter sido a educação a estar debaixo de fogo com o anterior
governo, a gora é a ves do Serviço Nacional de Saúde.
Se a austeridade que nos aplicam é para acabar com o ensino
público, o serviço nacional de saúde e o Estado Social, então é caso para
perguntar porque vamos continuar a pagar sem reagir!!?.
Claro que há muitos gastos supérfluos nesses serviços,
nomeadamente a nível dos “boys”, dos “gestores” e dos negócios que gravitam à
sua volta (…sei de um gestor hospitalar que tem direito a carro e chofer, que o
vai buscar diariamente a casa, para além das “normais” ajudas de custo e
ordenados chorudos…). Se queriam mexer era aqui que o deviam fazer, nunca pondo
em risco a vida e o direito à saúde dos utentes.
A terminar uma pergunta cínica: se se registar um aumento da
mortalidade e uma diminuição da esperança de vida em Portugal, como é previsível
com este tipo de medidas, será que vão baixar o “índice de sustentabilidade”
para os cálculos da pensão?
Sem comentários:
Enviar um comentário