Invertendo a maré conservadora que tem varrido a Europa e em
muito tem contribuído para destruir o modelo de solidariedade europeia, o
encerramento do ciclo eleitoral francês com a as eleições legislativas de ontem,
confirmou a esmagadora vitória do Partido Socialista Francês, que prometa impor
uma mudança na política da União Europeia.
Veremos se Hollande consegue substituir o “tratado de
Versalhes” imposto pela srª Merkel por um novo “Plano Marshall”…
Uma das boas notícias da noite eleitoral de ontem foi o
facto de a extrema-direita, apesar de ter regressado ao parlamento, não
conseguiu a representatividade que se temia.
A outra boa notícia foi a não eleição de Ségolène Royal, uma
espécie de “José Sócrates de sais” que representa tudo aquilo que de pior tem o
PSF.
Agora cá estaremos para ver se o governo socialistas vai ser
o último estertor da “terceira via” blairista, dominada pelos “cantos da
sereia” neo-liberal, que tanto contribuiu para desacredita a esquerda
socialista e democrática nos último anos, traindo os seus ideais e a sua base
social de apoio, com os resultados que estamos a pagar, situação que, a
confirmar-se, será trágica para a Europa, ou se esta vitória do PSF anuncia uma
nova e renovada atitude da social-democracia europeia, retomando os seus ideais
de igualdade e justiça social que foram postas em prática apenas nos países
nórdicos e abandonados no resto da Europa.
O que está em causa em França é a última oportunidade da
social democracia para se regenerar dos erros do passado e se livrar das
sombras incómodas de um Blair ou de um Sócrates…
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