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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

DIAS DO FIM DA EUROPA - 3 - A Europa ainda é modelo para alguém?


A Europa deu ao mundo o esclavagismo e o colonialismo, a pirataria e o saque, as duas mais sangrentas guerras da humanidade, a inquisição e as barbáries nazi-fascista e comunista.

Mas a Europa foi também o berço da democracia, do conceito de liberdade, dos Direitos Humanos e sociais, um grande centro da arte e da cultura, tudo práticas que ganharam influência e importância a partir dos anos 50 do século passado e fizeram esquecer a base onde assentava a civilização europeia.

Infelizmente o que assistimos hoje é à negação daquilo que a Europa de melhor deu ao mundo.

A Europa é governada por uma clique de agentes financeiros de quem ninguém conhece o rosto, que impõem as suas condições por entreposta pessoa, no caso pela voz da srª Merkel, pelas decisões do conselho e da comissão europeias e pelas decisões financeiras do BCE. Nenhum destes  poderes foi sujeito ao sufrágio democrático dos cidadãos europeus ( a srª Merkel apenas foi sufragada no seu país).

Ou seja, o modelo em que a actual Europa assenta é num modelo anti-democrático, onde as únicas instituições democráticas, o Parlamento Europeu e os Parlamentos nacionais, não detêm um poder de decisão suficientemente forte para enfrentar aqueles poderes.

A Democracia, em vez de se aprofundar, é cada vez mais um empecilho à expansão dos “mercados” (daí estes darem-se tão bem na China ou em Angola…).

A Europa gosta muito de exibir a bandeira dos Direitos Humanos, mas esquece-se que estes estão associados aos Direitos Sociais, ao bem-estar dos cidadãos. Não é uma mera formalidade, um mero jargão para enfeitar os discursos dos políticos. A Destruição do Estado Social, em vez do seu aprofundamento, é o primeiro passo para, a prazo, se caminhar para a destruição dos Direitos Humanos.

A liberdade também tem sido uma das montras da Europa, mas o modo como se começa a tratar o problema da emigração leva-nos a pensar que, para algumas lideranças políticas europeias, todos somos livres…mas alguns são mais livres do que os outros.

E se formos para a liberdade de informação, então aí vemos esta a ser utilizada pelo poder financeiro que a controla (pelo menos aquela que tem um verdadeiro poder de influência, como a televisão) como um autêntico aparelho de alienação colectiva e do pensamento único neo-liberal.

As criatividades artística e cultural da Europa deixaram de ser uma preocupação central das suas políticas, para serem encaradas como um mero ornamento ou um mero negócio.

Ou seja, tudo aquilo de positivo que a Europa podia “vender” ao mundo, está a ser posto em causa pela incompetência, pela corrupção ou pela falta de ética e cultura das suas lideranças ideológicas, políticas e económicas.

Por este caminho, a Europa já não tem nada a oferecer ao mundo…quanto muito o regresso à barbárie interrompida provisoriamente pelo “interlúdio” iniciado nos anos 50/60 do século passado…

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