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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Merkel sugere perda de soberania para incumpridores.



…E Ninguém a manda calar?

Cada vez que a srª Merkel fala, a Europa dá mais um passo a caminho do abismo.

Por vezes parece que dá à srª Merkel, e a alguns dos membros do seu partido, um ataque idêntico ao daquele personagem representado por Peter Sellers, no filme de Kubrick “DR. Estranhoamor”: cada vez que se irritava o braço ganhava autonomia e, de modo descontrolado tentava estender-se à maneira nazi, revelando o passado que essa figura procurava esconder.

Esta sugestão da srª Merkel, de retirar “soberania” aos países “incumpridores” cheira muito a resquícios da mentalidade neo-nazi, a qual, ao contrário do que muitos alemães têm tentado negar, ainda está muito presente no subconsciente da sua classe política.

Acredita a srª Merkel que o problema da Europa são as populações “inferiores” do sul da Europa, que não sabem gerir o seu destino sem a “orientação” e o “rigor” da raça superior alemã e, por isso, precisam de ser “punidos” de forma exemplar.

Ao que parece, a srª Merkel tem a memória curta ou é historicamente ignorante.

Infelizmente não existe ninguém na Europa com coragem para lhe lembrar na cara os sacrifícios que foram pedidos ao resto da Europa, durante os anos 90 do século passado, para suportar a unificação alemã (ainda me lembro desse discurso para travar qualquer medida de melhoria social na Europa de então), ou para lhe mostrarem os dados oficiais das duas últimas décadas que revelam uma Alemanha arrogantemente incumpridora dos critérios de Maastrich que agora evoca.

…E olhando para o seu deficit, a situação da Alemanha não é muito melhor que os países do sul.

Enquanto a srª Merkel e o seu “criado” Sarkozy continuarem a desrespeitar o espírito solidário europeu, será de temer sempre o pior para este projecto, com graves consequências para o bem estar dos cidadãos do continente.

2 comentários:

Ana Maria disse...

Não tenho pretensões de fazer a psicanálise da sra. Merkel e muito menos de um povo inteiro (que nem é possível), mas se alguma coisa habita o sub-consciente da dita senhora não será o neo-nazismo, mas talvez o neo-comunismo, ao estilo de Stalin e de Brejnev, pois foi nessa ambiente que ela foi educada, tendo sido também dirigente do Partido Comunista (único) da RDA, antes da unificação.

Ter um preconceito contra os alemães só por aquilo que dizem alguns deles é tão grave como qualquer preconceito racial ou como o preconceito que ALGUNS alemães apresentam contra os povos do Sul, que elegem Berlusconis e Albertos Jardins...

Afinal a crítica feita aos alemães é colocada nos mesmos termos da que eles nos fazem.
Isso é inaceitável, mesmo para quem como eu não concorda nem admite a arrogância da sra. Merkl.

Venerando António Aspra de Matos disse...

Minha car amiga.

Eu não confundo a atitude arrogante das actuais elites políticas e económicas alemãs, com o povo alemão.
Tenho bons amigos alemães e, felizmente eles não pensam como a srª Merkel.
Com ironia refiro-me apenas à actual liderança alemã e, especificamente, ao bando político da srª Merkel.
Aliás, como se vê, é o próprio povo alemão a dar resposta à srª Merkel, provocando sucessivas e pesadas derrotas eleitorais ao seu partido, a favor dos Verdes e da Social-Democracia.
Concordo consigo em relação às influências stalinistas da formação da srª Merkel. Ela ajuda a explicar muitas das atitudes do seu governo e o desrespeito pelo projecto europeu.
Contudo sertá curioso verificar que é exactamente no leste da Alemanha que o neo-nazismo ganha força, ocupando o lugar do "comunismo" moribundo.
O fenómeno é idêntico ao que se passou em França. Com o fim do comunismo, muitos daqueles que constituiam a base social de apoio do PCF passaram a apoiar a Frente Nacional de Le Pen.
Esta é também a prova de que o "comunismo", ou as ditaduras que se formaram no leste em seu nome, foi a maior fraude do século XX.
Em vez de criar um "homem novo", criou monstros, dispostos a aceitar qualquer solução anti-democrática para levar a àgua ao seu moinho.
Não é assim por acaso que se passa directamente da "esquerda" comunista para a extrema-direita.
Cá em Portugal assistimos a fenómenos mais "soft". Muita gente transitou, sem pestanejar da extrema-esquerda e do PCP para o cavaquismo e para o socratismo, mantendo a arrogancia e o facciosismo de sempre...