Faleceu ontem, na sua casa, em Cleveland, Harvey Pekar, autor da série de banda desenhada “American Splendor”.
Segundo divulgaram as agências noticiosas, o seu corpo foi encontrado pela esposa.
Pekar tinha 70 anos e sofria de várias doenças, como cancro na próstata, asma, hipertensão e depressão, uma situação bem ao nível das situações que caricaturava, de forma corrosiva, na sua obra.
Pekar começou a escrever comics em 1972, mas foi em 1976 que iniciou a série que o imortalizou, “American Splendor”, adaptada ao cinema em 2003, num filme com o mesmo título, da autoria de Shari Pringer Berman e Roberte Pulcini, que fez sensação no célebre festival alternativo de Soundance, onde ganhou o prémio para o melhor argumento adaptado.
A série “American Splendor” era autobiográfica. Pekar acreditava que a vida real podia ter tanto interesse como os tradicionais temas dos comics, cheios de seres fantásticos e imaginários.
Sem jeito para desenhar, Pekar contou com a colaboração de Robert Crumb, uma verdadeira lenda da BD alternativa, autor de Fritz the Cat e amigo pessoal do autor agora falecido.
Crumb foi só o primeiro de uma longa série de autores da BD alternativa norte-americana que desenharam a série “American Splendor”.
Na série escrita por Pekar apareciam como personagens pessoas reais que ele conhecia, descrevendo, de forma trágico-cómica e corrosiva, cenas das frustrações quotidianas do cidadão comum.
Um dos temas tratados na série foi a narração do seu próprio cancro, passado à BD com o título de “Our Cancer Year”, e que foi o álbum em que se baseou o filme.
Pekar era também um exímio apreciador de jazz, ao qual dedicava uma parte considerável da sua vida, com tanto empenho e entusiasmo como o que dedicava à sua série.
Escusado será dizer que a série “American Splendor” está totalmente inédita em Portugal.
O filme, pelo contrário, está disponível em DVD, e é de visionamento obrigatório pelos fãs da Banda Desenhada.
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