Uma dessas organizações é, quanto a nós, a CPLP.
Contudo, esta organização, que vai realizar a partir de amanhã uma cimeira em Luanda, corre o risco de, em vez de se apresentar como uma organização internacional credível, dar um autêntico “tiroo no pé” com a previsível aceitação da adesão da Guiné Equatorial à CPLP.
Já seria grave, e até ridículo, aceitar a adesão de um país que nada tem a ver com a língua e a cultura portuguesa.
Mais grave ainda é o facto desse país ser um dos piores exemplos africanos no que respeita à defesa dos Direitos Humanos.
A Guiné Equatorial é uma das mais sangrentas ditaduras de África, situação que, aliada ao facto de ser um dos países mais corruptos do mundo, faz desse país um daqueles onde a desigualdade é mais gritante e escandalosa, tanto mais que se apresenta com um dos PIB mais elevados do mundo (muita acima de Portugal) graças à sua economia baseada no petróleo, que lhe tem garantido o fechar dos olhos do ocidente à situação interna desse país.
Contudo, será bom recordar que a NATO, que se apregoa como uma organização defensora dos Direitos Humanos, aceitou como fundador o Portugal de Salazar; ou que a EU, na pressa de se antecipar à expansão económica da nova Rússia para o ocidente, aceitou a adesão de vários países do leste europeu liderados por políticos corruptos; ou ainda, que o tão apregoado comércio livre ocidental, abriu as portas à expansão económica baseada no dumping social de países como a Índia, onde quase não existem direitos sociais, ou a China, onde não existem direitos políticos.
Por isso, poucos são aqueles que têm credibilidade para atirar pedras à CPLP se esta, erradamente quanto a nós, resolver aceitar a adesão daquele país.
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