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segunda-feira, 12 de julho de 2010

(ao contrário do que se passa em Portugal) O Futebol É Uma Festa

Contam-se pelos dedos de uma mão as vezes em que entrei num estádio de futebol. Quase só o fiz para assistir a um ou outro concerto.

O ambiente nas bancadas do futebol em Portugal não se distingue muito do criado pelas hordas neo-nazis que desfilavam na Alemanha nos anos 30.

Por isso tenho-me recusado a assistir a um jogo em directo, muito menos em família, como é possível de acontecer noutros países.

A maior parte das claques de futebol não passa de um perigoso e organizado bandos de arruaceiros que retira ao futebol todo o carácter festivo que devia envolver este desporto.

Uma outra coisa que detesto no futebol português é a boçalidade da maior parte dos dirigentes desportivos e as alarvidades que eles debitam e que a comunicação social tanto gosta de divulgar em “horário nobre”.

Pior ainda é o oportunismo de muitos políticos e outra gente, que nada deve perceber de desporto, mas que se serve do futebol para se colocar em bicos dos pés.

Em Portugal, desporto é Futebol (e mesmo este é só “Porto”, Benfica ou Sporting) e o resto é paisagem, como se viu, ainda ontem, dia em que quase nem uma imagem ou uma palavra, a não ser de modo fugidio, se viu ou ouviu sobre o feito de uma equipa de râguebi, representando as cores nacionais, que venceu, mais uma vez, em Moscovo, o campeonato europeu da sua categoria, uma categoria que vai passar a modalidade olímpica.

Também ontem foi dia da última etapa de mais uma edição do Grande Prémio Joaquim Agostinho. A comunicação social, do ciclismo, só revelou imagens do “Tour”. Provavelmente sai-lhe mais barato divulgar imagens de agências estrangeiras do que de edição própria de eventos nacionais, pois, estando grande parte da comunicação social nas mãos de grupos financeiros, estas gerem um jornal como se fosse uma fábrica de chouriços, e os jornalistas são tratados com meros “colaboradores”, como agora se diz, sem voto na matéria.

A Espanha ganhou o Mundial de futebol, mas a Espanha investe igualmente noutras modalidades desportivas, recebidas e divulgadas pelo público, pelos poderes públicos e pela comunicação desse país com o mesmo entusiasmo e carinho do futebol.

Seja como for, o Mundial que ontem terminou na África do Sul, fez-nos, por momentos, esquecer o “futubolês” nacional, recordando-nos que o desporto, e o futebol em geral, pode ser uma grande festa, principalmente se as claques organizadas não dominarem as bancadas.

Apesar das vuvuzelas, os africanos deram uma grande lição de civismo e de alegria aos “civilizados” adeptos europeus.

Despedimo-nos com uma selecção de imagens desse mundial da autoria dos fotógrafos da Gety Images, divulgadas pelo Libération:
















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