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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Capa e Taro, um amor fugaz no meio de fotografias imortais.

Taro e Capa em Paris, ou "Capa versus Capa"...


Filha de judeus Polacos que viviam na Alemanha, Gerda Pohorville, que veio a ser conhecida por Gerda Taro, fugiu para Paris nos anos 30, para escapar ao nazismo.

Na capital francesa encontrou outro jovem húngaro de origem judaica, fotógrafo, Andre Friedman.

Apaixonaram-se e André ensinou a Gerda a arte da fotografia.

Como eram pouco conhecidos, resolveram inventar um “altar ego”, um tal “Robert Capa”, um fotógrafo “famoso” “chegado” a Paris com “origem” nos Estados Unidos.

Gerda e André faziam-se passar por agentes desse “fotógrafo” e assim venderam as suas fotografias pelo triplo do preço que conseguiam anteriormente.

Indistintamente, tanto as fotografias de Taro como as de Friedman, tiradas nesse período, passaram à história como sendo da autoria de Robert Capa, pseudónimos que, após a morte trágica de Gerda, passou a ser assumido por André Friedman.

Iniciada entretanto a Guerra Civil em Espanha, ambos partiram para esse país, para acompanharem os republicanos.

Foi aí que as relações entre ambos começaram a esfriar, porque Friedman, aliás “Capa”, apoiava os comunistas, e Taro aproximou-se dos anarquistas.

Capa ganhou fama com as suas fotografias da guerra e assumindo o pseudónimo que o imortalizou, Taro encontrou a morte num estúpido acidente (foi atropelada acidentalmente por um tanque dos anarquistas) em 26 de Julho de 1937, mas passou à história como a primeira fotojornalista feminina a cobrir uma guerra.

A morte prematura de Capa, durante a guerra do Vietname, dificultou a identificação correcta das fotografias de um de outro, do tempo em que ambos publicavam os seus trabalhos sob o mesmo pseudónimo de “Robert Capa”.



Taro em Barcelona.


Taro em Guadalajara, poucos dias antes de morrer.


Taro na frente de Córdoba, em 1936, fotografada por Capa

 
Para relembrar os trabalhos dos dois fotógrafos sobre a Guerra Civil de Espanha, coincidindo com o centenário do nascimento de Taro (1 de Agosto de 1910), foi inaugurada em Madrid a exposição intitulada “This is the War”, onde se reúnem 170 fotografias de Capa e quase cem de Taro.

Nesta exposição, patente no Círculo de Bellas Artes da capital espanhola até ao próximo dia 5 de Setembro, é possível apreciar as diferenças e semelhanças da obra dos dois fotógrafos, dando o destaque merecido a Taro.

Aqui ficam alguns dos trabalhos da fotógrafa:


Capa, fotografado por Taro


Milicias republicanas, num momento de descontracção.


Jovem combatente anarquista.


Milícia republicana feminina, em Barcelona, 1936.


Republicanos em Carabanchel, Madrid, Junho de 1937


Soldados republicanos em acção, Junho de 1937


Valência, Março de 1937


Frente de Segovia, 1937


Passagem de Navacerrada, 1937

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