Quem começa uma guerra é o primeiro responsável por todos os crimes que nelas se cometem, mesmo que não sejam cometidos por quem a iniciou, porque uma guerra é sempre um crime de guerra.
Quem começou a guerra na Ucrânia foi a Rússia de Putin.
A 1ª Guerra foi iniciada pelos Impérios Centrais e foi uma guerra de
Impérios, mas foi o Império Alemão que a iniciou, e por isso foi a principal
responsável pelos crimes e pelas consequências dessa guerra.
A 2ª Guerra foi iniciada por Hitler, ao invadir a Polónia e, tendo cometido
os maiores crimes, o maior de todos “à margem da Guerra”, o Holocausto, o
regime nazi foi o primeiro e único responsável pelos maiores crimes de guerra
que nela se cometeram, mesmo pelos crimes praticados pelos aliados, como
Dresden, Hiroxima e Nagasaki, porque quem começa a guerra é responsável por
todos os crimes.
No caso da Ucrânia, quem começou a guerra foi Putin, mesmo usando argumentos
falaciosos, como o de “desnazificar” a Ucrânia e responder ao “genocídio” em
Donbass.
Mesmo que a Ucrânia fosse governada por “nazis”, era um problema da
própria Ucrânia. Como se sabe, este argumento não é verdadeiro e, se de facto
existem nazis na Ucrânia e este país tem sido o paraíso para o treino de milícias
“nazis” de todo o mundo, apoiantes dos terroristas do Batalhão Azov, este é um
problema que tinha de ser resolvido pelos ucranianos. Além disso, os apoiantes
desse movimento são minoritários e a extrema-direita tem apena um deputado no
parlamento (pior estão muitos países da União Europeias…).
A própria Rússia abriga e apoia milícias terroristas e de
extrema-direita, como os tristemente célebres “tchetchenos” , “sírios” e “
Batalhão Wagner”, sem esquecer o financiamento e apoio de Putin à extrema-direita
europeia e norte-americana.
Quanto ao “genocídio”, houve crimes de ambos os lados, na região de Donbass
desde 2014, mas se Putin tinha provas de “genocídio”, devia apresenta-las nas
instituições internacionais, embora, como o sabemos desde o Iraque, seja fácil
forjar provas falsas. Mas era nas instituições internacionais, como na ONU, que
essas questões, a existirem, deviam ser analisadas e criminalizadas.
Quanto à desculpa de, com esta guerra, travar o “cerco” da NATO feito à
Rússia, esta guerra só veio reforçar o poder e a influência dessa organização
militarista, que até deve estar “agradecida” ao “favor” que Putin lhe fez.
Contudo, se olharmos para o que se tem passado nestes quase dois meses
de guerra, quem se tem comportado como verdadeiro nazi e genocida tem sido a
força militar russa, sem esquecer o “argumentário” de Putin, digno de um
genocida e de um fascista.
Mesmo que existam crimes perpetrados por milícias ucranianas, ou mesmo
que parte da destruição indiscriminada de alvos civis também possa ser provocada
pelo abate de helicópteros, aviões e misseis russos, abatidos pelos ucranianos,
pois estes têm de cair em qualquer lado e de forma totalmente descontrolada, a
responsabilidade por toda a destruição de guerra e por todos os crimes é sempre
de quem começou esta guerra criminosa, violando o direito internacional.
Aquilo que os ucranianos e os jornalistas que os acompanham têm
encontrado no território à volta de Kiev, abandonado pelo exército russo,
mostra a crueldade perpetrada pelos ocupantes russos sobre as populações civis
indefesas, evidenciando, sem qualquer dúvida, verdadeiros crimes de guerra.
Vêm agora os russo tentar atirar areia para os olhos da opinião
pública, negando esses crimes evidentes e acusando os próprios ucranianos por
eles.
“Esqueceram-se”, “apenas” de um pequeno pormenor. A maior parte dos
corpos encontrados foram executados há muitos dias, com sinais de tortura, quando
esses territórios estavam ocupados pelo exército russo e, para se cometerem
esses crimes, só podem ter sido cometidos, no mínimo, com a conivência dos
ocupantes pois, se ao chegarem lá, esses crimes já tivessem sido cometidos,
teriam denunciado a situação logo na altura.
É urgente que especialistas e técnicos independentes, ligados à ONU e a
outras organizações internacionais, entrem imediatamente nos territórios libertados
para recolherem todas as provas desses crimes, para levar a tribunal os
responsáveis pelos mesmos, sem que existam quaisquer dúvidas sobre os seus executores.
Se essa entrada for dificultada, também pelos ucranianos, então os
russos vão invocar a contaminação de provas e os criminosos vão conseguir
escapar.
Sem confundir o direito de defesa militar, por parte do agredido, a
Guerra é sempre um crime de guerra e quem a inicia é sempre o maior criminoso.
Putin e o seu governo não podem sair impunes desta guerra.
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