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terça-feira, 19 de abril de 2022

Obviamente…Macron!


Aproxima-se a data da 2ª volta das eleições presidenciais francesas.

O seu resultado final pode ser decisivo para o futuro da Europa, naõ só da União Europeia, mas também para o desfecho da Guerra criminosa de Putin contra a Ucrânia.

Houve duas eleições, fora de Portugal, que sempre segui com atenção, desde que me lembro de seguir as notícias do mundo: as eleições norte-americanas e as eleições francesas.

De facto, não só esses dois países são os “pais da democracia”, como, em ambos, domina o presidencialismo, daí o interesse.

Acresce que, actualmente, as candidaturas à 2ª volta nas eleições francesas confrontam dois modelos opostos de sociedade.

Não simpatizo particularmente com Macron, pela forma como lidera com o mundo do trabalho e com os direitos sociais, um politico arrogante, próximo das teses neo-liberais e do mundo eticamente corrupto da alta finança.

Se votasse em França, na primeira vitória teria votado, provavelmente, no ecologista Yannick Jadot ou, como estratégia, em Mélenchon (apresentado, erradamente, como “extremista de esquerda”, quando se limita a defender o Estado Social e ideias de Miterrand…mas isso é outra conversa).

Mas, nas actuais circunstâncias, Macron é, no mínimo, o garante de uma sociedade democrática e livre e é o único político com capacidade para liderar uma Europa que enfrenta os seus fantasmas do fundamentalismo populista e da guerra criminosa.

Pelo menos, com Macron, apesar do seu desprezo pelo Estado Social e pelos direitos sociais, ela manterá a democracia e a liberdade que nos garantem que ele pode ser combatido e que…deixará o poder no fim deste mandato

Le Pen representa, exactamente, o pior da Europa, o racismo, o nacionalismo conservador e retrógado, a arrogância dos fanáticos, o neo conservadorismo demagógico e, pior ainda, a sua hipotética vitória nestas eleições, vai abrir caminho a todos os extremismos populistas e reaccionários que espreitam o poder europeu, juntando-se aos que já lá estão (na Hungria, na Polónia e em vários países do leste).

Além disso, é uma aliada do fascista Putin, de quem, aliás, tem recebido apoio financeiro.

Uma vitória de Le Pen coloca o maior exército europeu numa posição, no mínimo, de neutralidade em relação ao criminoso e violento exército russo, deixando a Europa “desarmada” e cada vez mais dependente dos Estados Unidos, onde não é seguro que não se registe o regresso dos republicanos, Trump ou outro ainda pior.

Seria, este ano, uma segunda tragédia para a paz, a democracia e a liberdade na Europa.

Por isso, se fosse francês, obviamente votaria, mesmo que tivesse de  “engolir um sapo”, em Macron!

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