Aproxima-se a data da 2ª volta das eleições presidenciais francesas.
O seu resultado final pode ser decisivo para o futuro da Europa, naõ só da União Europeia, mas também para o desfecho da Guerra criminosa de Putin contra a
Ucrânia.
Houve duas eleições, fora de Portugal, que sempre segui com atenção,
desde que me lembro de seguir as notícias do mundo: as eleições
norte-americanas e as eleições francesas.
De facto, não só esses dois países são os “pais da democracia”, como,
em ambos, domina o presidencialismo, daí o interesse.
Acresce que, actualmente, as candidaturas à 2ª volta nas eleições francesas confrontam dois
modelos opostos de sociedade.
Não simpatizo particularmente com Macron, pela forma como lidera com o
mundo do trabalho e com os direitos sociais, um politico arrogante, próximo das
teses neo-liberais e do mundo eticamente corrupto da alta finança.
Se votasse em França, na primeira vitória teria votado, provavelmente,
no ecologista Yannick Jadot ou, como estratégia, em Mélenchon (apresentado,
erradamente, como “extremista de esquerda”, quando se limita a defender o
Estado Social e ideias de Miterrand…mas isso é outra conversa).
Mas, nas actuais circunstâncias, Macron é, no mínimo, o garante de uma
sociedade democrática e livre e é o único político com capacidade para liderar
uma Europa que enfrenta os seus fantasmas do fundamentalismo populista e da
guerra criminosa.
Pelo menos, com Macron, apesar do seu desprezo pelo Estado Social e
pelos direitos sociais, ela manterá a democracia e a liberdade que nos garantem que
ele pode ser combatido e que…deixará o poder no fim deste mandato
Le Pen representa, exactamente, o pior da Europa, o racismo, o nacionalismo
conservador e retrógado, a arrogância dos fanáticos, o neo conservadorismo
demagógico e, pior ainda, a sua hipotética vitória nestas eleições, vai abrir
caminho a todos os extremismos populistas e reaccionários que espreitam o poder
europeu, juntando-se aos que já lá estão (na Hungria, na Polónia e em vários
países do leste).
Além disso, é uma aliada do fascista Putin, de quem, aliás, tem
recebido apoio financeiro.
Uma vitória de Le Pen coloca o maior exército europeu numa posição, no mínimo,
de neutralidade em relação ao criminoso e violento exército russo, deixando a
Europa “desarmada” e cada vez mais dependente dos Estados Unidos, onde não é
seguro que não se registe o regresso dos republicanos, Trump ou outro ainda
pior.
Seria, este ano, uma segunda tragédia para a paz, a democracia e a liberdade
na Europa.
Por isso, se fosse francês, obviamente votaria, mesmo que tivesse de “engolir um sapo”, em Macron!
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