É um discurso redutor, falacioso, ignorante, simplista, e
intelectualmente desonesto e terrorista.
Como se a guerra fosse um fim em si, como se a paz não fosse
o único objectivo civilizacional e humano, como se a guerra não fosse uma excrescência
“medieval” em pleno século XXI .
Ainda mais grave, esses “guerreiros de sofá”, ora
ridicularizam os , ora recorrem a uma retórica de adjectivação
agressiva contra os "pacifistas" (para eles, os “pacifistas” são “intelectualmente indigentes”,
“vergonhosos”, "ignóbeis", "despeziveis", “mentirosos”, “moralmente inferiores”, “sem escrúpulos”,
“irrazoáveis”, “ofensivos”… “defensores de Putin”... usando, aliás, adjectivos parecidos aos de Putin para apoucar a causa ucranina...).
Para esses, recordar que a “história” começou antes do dia
24 de Fevereiro, contextualizar, tentar perceber, procurar a verdade, recordar outras
guerras, passadas ou presentes, tão criminosas com esta guerra de Putin, é, para esses iluminados, simplesmente, “colaborar
com Putin”.
A isto chamo “bulling” intelectual.
Uma coisa é o direito de defesa militar perante uma agressão
criminosa, injustificada (como se houvesse guerras justificadas!!!), como o faz
o povo, o governo e o exército ucranianos, outra é manter uma agressiva retórica
belicista, ateando a fogueira da guerra, como se houvesse quase um desejo de “guerra
permanente”, como única forma de “garantir” a liberdade e a democracia.
Será caso para perguntar, para que servem a liberdade e a
democracia, para que serve a defesa de um povo agredido, se o objectivo final
não for o de construir a paz!
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