Quando uma guerra começa, não se sabe como acaba nem quem a vai vencer.
Mas existem, à partida, dois “vencedores”, a desinformação e os “candongueiros”
de todo o tipo.
Aqui, em Torres Vedras, até existia um bairro, contruído depois da 2ª
Guerra, que era popularmente conhecido pelo “bairro da candonga”, porque,
dizia-se, tinha sido construído com o lucro daqueles que beneficiaram com a
especulação e o mercado negro provocado pela guerra e fortalecido pela “neutralidade”
portuguesa.
Por isso, o título de primeira página da edição de hoje do jornal Público,
acima reproduzido, não nos surpreende.
Percebe-se que há muita gente a lucrar com esta guerra ilegal, desencadeada
por Putin, e não são apenas os oligarcas russos nem a igreja ortodoxa russa.
Por detrás de uma guerra há sempre um lado obscuro, uma mistura de
grandes grupos financeiros e negociantes de armas.
Estes últimos, a par dos cartéis de droga e de especuladores de todo o
tipo, beneficiando da manutenção de paraísos fiscais, são o rosto invisível do
tão apregoado “mercado” que domina o sector financeiro mundial.
Aliás, ainda há dias atrás fomos “surpreendidos” (??) com a noticia,
segundo a qual, os grandes fornecedores de armamento ao exército invasor de
Putin foram vários países da União Europeias, com destaque para a Alemanha e a
França, e a própria Ucrânia foi outro dos fornecedores.
Se alguma lição devemos tirar desta guerra, e se algumas consequências
devem resultar da mesma, é que se tomem medidas para combater o tráfico de armas
e a especulação financeira, começando por acabar com os paraísos fiscais.
Para além das responsabilidades assacadas a Putin e ao seu governo pela
destruição provocada por esta guerra, a reconstrução da Ucrânia e as
indemnizações devidas ao povo que sofre com esta guerra devem ser assacadas,
não só à Rússia, mas a todos os especuladores que estão a lucrar com a guerra, que
devem ser chamados ao tribunal penal internacional e a entregar os lucros
obtidos com a guerra na reconstrução e nas indemnizações às famílias de
ucranianos mortos, feridos ou que perderam todos os seus bens.
Uma segunda medida é acabar, de uma vez por todas, com os paraísos fiscais, a especulação financeira e o negócio ilegal de armamento, que é o que alimenta os oligarcas de todo o mundo.
Vão ver que, se o fizerem, depois de terminar esta guerra criminosa, talvez se consiga construir um mundo mais pacífico e menos desigual.
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