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quarta-feira, 23 de março de 2022

OS VENCEDORES DESTA E DE TODAS AS GUERRAS


Quando uma guerra começa, não se sabe como acaba nem quem a vai vencer.

Mas existem, à partida, dois “vencedores”, a desinformação e os “candongueiros” de todo o tipo.

Aqui, em Torres Vedras, até existia um bairro, contruído depois da 2ª Guerra, que era popularmente conhecido pelo “bairro da candonga”, porque, dizia-se, tinha sido construído com o lucro daqueles que beneficiaram com a especulação e o mercado negro provocado pela guerra e fortalecido pela “neutralidade” portuguesa.

Por isso, o título de primeira página da edição de hoje do jornal Público, acima reproduzido, não nos surpreende.

Percebe-se que há muita gente a lucrar com esta guerra ilegal, desencadeada por Putin, e não são apenas os oligarcas russos nem a igreja ortodoxa russa.

Por detrás de uma guerra há sempre um lado obscuro, uma mistura de grandes grupos financeiros e negociantes de armas.

Estes últimos, a par dos cartéis de droga e de especuladores de todo o tipo, beneficiando da manutenção de paraísos fiscais, são o rosto invisível do tão apregoado “mercado” que domina o sector financeiro mundial.

Aliás, ainda há dias atrás fomos “surpreendidos” (??) com a noticia, segundo a qual, os grandes fornecedores de armamento ao exército invasor de Putin foram vários países da União Europeias, com destaque para a Alemanha e a França, e a própria Ucrânia foi outro dos fornecedores.

Se alguma lição devemos tirar desta guerra, e se algumas consequências devem resultar da mesma, é que se tomem medidas para combater o tráfico de armas e a especulação financeira, começando por acabar com os paraísos fiscais.

Para além das responsabilidades assacadas a Putin e ao seu governo pela destruição provocada por esta guerra, a reconstrução da Ucrânia e as indemnizações devidas ao povo que sofre com esta guerra devem ser assacadas, não só à Rússia, mas a todos os especuladores que estão a lucrar com a guerra, que devem ser chamados ao tribunal penal internacional e a entregar os lucros obtidos com a guerra na reconstrução e nas indemnizações às famílias de ucranianos mortos, feridos ou que perderam todos os seus bens.

Uma segunda medida é acabar, de uma vez por todas, com os paraísos fiscais, a especulação financeira e o negócio ilegal de armamento, que é o que alimenta os oligarcas de todo o mundo.

 Vão ver que, se o fizerem, depois de terminar esta guerra criminosa, talvez se consiga construir um mundo mais pacífico e menos desigual.

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