Aqui registamos, pela 12ª semana consecutiva, a evolução da mortalidade do COVID-19 ao longo
da última semana, a que decorreu entre o dia 25 de Junho e o dia 2 de Julho,
a partir dos dados hoje publicados no
site da Organização Mundial de Saúde.
Continuamos a ter por base um grupo de 35 de países.
Apesar de termos pensado reduzir esse número, ainda não o fazemos esta
semana.
(Podem clicar AQUI para melhor
comparar com a situação anterior e poderem ligar 12 post’s anteriores).
Explicamos aqui mais uma vez porque valorizamos os cálculos baseados em
óbitos, em vez de usarmos o número de infectados.
O cálculo do número de óbitos e a sua classificação parece-nos menos
sujeita a manipulações e a erros do que o cálculo de infectados.
Ao contrário do registo de óbitos, que se baseia em critérios universais e
testados, o registo de infectados presta-se ao uso de diferentes critérios,
conforme os países.
O número de infectados é calculado de forma diferente de país por país e
não representa a realidade na sua totalidade em muitos países.
Uns apenas registam os infectados que recorrem aos serviços médicos
oficiais, outros apenas aos doentes que são testados quando internados nos hospitais, outros testam
a maior parte da população, outros apenas os suspeitos de contacto com doentes,
outros intervêem apenas junto dos focos de contágio.
Infelizmente, neste como noutras situações, a própria União Europeia, por
exemplo, não usa um critério comum.
Contudo, tem sido com base nos infectados registados, apesar dos critérios
serem variados, que a União Europeia e alguns dos seus membros tomam decisões
sobre abertura de fronteias e a classificação dos países “seguros” e “inseguros”,
uma pura fraude que prejudica países, como Portugal, que têm sido dos mais
transparentes em relação a esse tipo de registo.
Seria mais útil, por exemplo, se fosse facultada a comparação, não com os
infectados registados, mas com os casos internados, os casos realmenta activos
e os casos recuperados.
Por tudo isso, parece-nos que, à falta de melhor, a comparação mais fiável entre países, para perceber a maior ou menor
gravidade da situação entre eles, é usando os dados sobre óbitos registados e
causados pelo COVID-19.
Começamos, como é habitual, pela lista
do número de mortos registados até à data de hoje, embora os dados possam ter
um atraso de um ou dois dias:
TOTAL DE MORTOS POR COVID-19 em todo o MUNDO – 512 311;
Estados Unidos – 127 133;
Brasil – 59 594;
Reino Unido – 43 730;
Itália – 34 767;
França – 29 760;
Espanha – 28 335;
Índia – 17 834;
Irão – 10 958;
Bélgica – 9 754;
Rússia – 9 536;
Alemanha – 8 985;
Canadá – 8 591;
Holanda – 6 133;
Suécia – 5 333;
Turquia – 5 131;
China – 4 648;
África do Sul – 2 749;
MÉDIA MUNDIAL POR PAÍS – 2 672;
Irlanda – 1 736;
Suíça – 1 683;
PORTUGAL – 1 573;
Japão – 975;
Áustria – 705;
Dinamarca – 605;
República Checa – 349;
Finlândia – 328;
Israel – 319;
Coreia do Sul – 282;
Noruega – 250;
Grécia – 192;
Austrália – 104;
Cuba – 86;
Singapura – 26;
Nova Zelândia – 22;
Palestina – 11;
Islândia – 10.
Em relação à semana anterior, registaram-se poucas alterações no trágico
“ranking” da mortalidade, com a Rússia a ultrapassar a Alemanha, a África do
Sul a ultrapassar a média mundial de casos, ascendendo aos países em pior
situação, e a Palestina a deixar o, neste caso, “honroso” último lugar para a Islândia.
Registe-se que 4 países não registaram um único óbito nas últimas duas
semana, como a Coreia do Sul, Nova Zelândia, Singapura e Islândia.
Outros registaram apenas um ou dois casos, como a Grécia, a Finlândia, a
Dinamarca, a Austrália, Cuba e Noruega.
Um outro modo de olhar para esses números é observar o crescimento
percentual de mortes registadas ao longo desta semana, podendo observar os
países onde esse crescimento é maior, mais rápido e mais preocupantes e aqueles
que registam um maior abrandamento.
Este registo dá-nos assim o ritmo de crescimento da mortalidade nesses
países:
Situação “descontrolada” (crescimento semanal acima dos 15%):
Palestina – 120 % (contudo este crescimento é enganador, já que estamos a
falar de uma base muito baixa, de 5 para 11 mortos registados);
Índia – 19,78 ;
Velocidade de crescimento “preocupante” (entre 15% e 7%):
África do Sul – 24,67;
Brasil – 13,19;
Rússia – 12,01;
Irão – 9,62;
“Velocidade” média MUNDIAL – 7,02% (7,61% na semana anterior);
Evolução “lenta”, mas ainda perigosa (entre 7 e 3,5%):
Estados Unidos – 5,80;
Israel – 3, 90;
Israel – 3, 90;
Ritmo aceitável, mas ainda não controlado (crescimento entre 3,5 e 2%):
Suécia – 3,33;
República Checa – 2,94;
Turquia- 2,59;
PORTUGAL – 2,14 (1,18 na
semana anterior);
A caminho da “extinção” (entre 2 e 1%):
Reino Unido – 1,87;
Áustria – 1,73;
Canadá- 1,62;
Cuba-1,17;
Grécia- 1,05;
A “finalizar” (entre 0 e 1%) ou “Extinto” (0%)
Austrália – 0,97;
Irlanda – 0,93;
Noruega – 0,80;
Alemanha – 0,79;
Japão- 0,72;
Bélgica – 0,42;
França – 0,39;
Dinamarca – 0,33;
Finlândia – 0,30;
Holanda – 0,29;
Itália – 0,26;
Suíça – 0,23;
Espanha- 0,10;
China – 0, 02;
Coreia do Sul – 0;
Nova Zelândia – 0;
Islândia – 0;
Singapura – 0;
No geral registou-se um abrandamento na velocidade de crescimento.
Só 7 países, entre os 35 analisados, viram o seu ritmo de crescimento
aumentar em realação à semana anterior: Pelestina ( embora partindo de um base
muito reduzida), Irão, Estados Unidos, Israel, República Checa, PORTUGAL e Irlanda.
De registar o crescimento do número de países que registaram uma
mortalidade próxima dos 0%, ou mesmo sem mortos a registar, passando de 16 na
semana anterior, para 18, agora .
Portugal teve uma das suas piores semanas, sendo um dos raros países a
aumentar a velocidade de óbitos.
Não deixa, contudo, de ser significativo que a República Checa, que impediu
os portugueses de entrarem no país, tenha registado e aumentado ainda mais o crescimento
de óbitos que Portugal. Mais um mito com pés de barro.
Existe uma outra forma de observar os dados da mortalidade, a percentagem
de falecidos em relação ao total de infectados, que pode ser revelador da
melhor ou da pior resposta do Sistema de Saúde de cada país, da melhor ou pior
actuação das autoridades, sem esquecer ainda outros factores que podem
interferir, como a capacidades imunológicas da população, hábitos,
envelhecimento, clima ou genética.
Esta comparação enferma, contudo, de algumas reservas, como assinalámos no
início deste texto.
Situação “negativa e trágica” (mortalidade acima dos 10% dos infectados):
França – 18,93 % de mortos em relação ao número de infectados registados;
Bélgica – 15,85;
Itália – 14,45;
Reino Unido – 13,98;
Holanda – 12,15;
Espanha – 11,37;
Situação “preocupante” (entre os 10 e os 5%):
Canadá – 8,24;
Suécia – 7,79;
Irlanda – 6,81; BCG
Grécia – 5,63; BCG
China – 5,45;
Suíça -5,32;
Japão – 5,16;
Situação “aceitável” (entre 5 e 2,5%) :
Média MUNDIAL – 4,87;
Estados Unidos – 4,85;
Dinamarca – 4,73;
Irão – 4,63;
Alemanha – 4,61;
Finlândia – 4,36;
Brasil – 4,25;
Áustria – 3,96;
PORTUGAL– 3,73; BCG
Cuba – 3,66;
Índia – 2,94;
República Checa – 2,91; BCG
Noruega – 2,82; BCG
Turquia – 2,56;
Situação “boa” (abaixo de 2,5%):
Coreia do Sul – 2,18;
Nova Zelândia – 1,86;
África do Sul – 1,72;
Rússia – 1,45;
Austrália – 1,31;
Israel – 1,29;
Islândia – 0,54; BCG
Palestina – 0,35;
Singapura. 0,05.
Este é um dos quadros que melhor consegue aferir sobre a eficácia na
resposta à crise.
Neste caso é positiva a posição de
Portugal, que consegue estar melhor do que países como a Holanda e a Suécia
(dois mitos com “pés de barro” e em situação muito preocupante), ou que a
Grécia, a Dinamarca, a Finlândia , a Áustria, ou a Alemanha, países geralmente
apontados como “exemplares”.
Deixamos de publicar desde a semana anterior o quadro com a média de mortos
por 100 mil habitantes, por não se registar alterações na posição dos países
observados, em relação à semana anterior, pelo facto desse tipo de registo ser publicado
em muitos sítios e desse tipo de comparação ser enganadora e falaciosa em
relação a países de maiores dimensões ou de menor concentração populacional.
Sem mais comentários, fiquem com os dados e tirem as vossas conclusões.
Voltaremos para a semana com nova análise dos dados.
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