Anda por aí uma verdadeira pandemia à volta dos números divulgados pela
DGS.
Exigem os mais fanáticos, "rapidez" e "verdade".
Como se, no meio de uma epidemia, com a gravidade desta que estamos a
viver, fosse possível ser rápido a registar números, isentos de erros.
Os números divulgados pela DGS têm por base um processo complexo de
registos, que começa no médico, passa pelo hospital, continua na protecção
civil municipal, passa pelas regiões de saúde, até chegar à DGS, para serem
trabalhadas pelos técnicos de saúde e estatística deste organismo (dos melhores
do país, diga-se…) para divulgação
pública.
Existindo outras prioridades mais urgentes, é natural que esses números
não cheguem sempre com a rapidez e a isenção de erros que é exigida pelos “especialistas”
de números nas redes sociais”, ou pelos “isentos” comentadores da televisão, sempre prontos a explorarem os erros e omissão
involuntárias ou justificadas pela situação complicada vivida pelos
profissionais no terreno, para inventarem as mais estapafúrdias teoria das conspiração
e inventarem questões políticas.
Experimentem, por exemplo, porem-se à procurar de dados estatísticos
sobre qualquer outra área da de saúde pública, ou sobre qualquer outro tema, em
sites credíveis, da OMS, à ONU, da União Europeia, à Eurostat, dos Ministérios
ao Prodata e ao INE, e, com alguma sorte, tudo o que conseguem são informações
obtidas há meses ou do ano anterior.
Ao contrário da má fé dos “estatísticos” amadores das redes sociais e
do comentário político, os dados sobre o Covid-19 têm sido dos mais actuais que
encontramos, comparando com outras doenças ou situações sanitárias.
E já agora, porque não exigir a publicação de dados, com a mesma
rapidez, diários, sobre infectados, internados, em cuidados intensivos e óbitos
com Sida, com malária, com influenza, com sarampo, etc., etc., etc.?
Talvez assim se atenuasse o fanatismo de alguns, na análise de
informações estatísticas e em teorias da conspiração, relativizando-se a
gravidade do COVID-19.
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