Havendo sindicatos, universidades, instituições públicas de saúde e partidos
políticos, não percebo muito bem para que servem algumas ordens profissionais.
Num regime corporativo, como no Estado Novo, tinham um papel político adesempenhar.
Em democracia não percebo muito bem a sua utilidade.
Ainda menos quando aquilo que se vê diariamente é fazerem mera
propaganda de oposição, nomeadamente no caso das ordens dos médicos e dos enfermeiros,
substituindo-se aos sindicatos e aos partidos políticos.
A última queixa do provedor da ordem dos médicos é sobre a “falta de médicos”.
Não percebo a moralidade dessa queixa, vinda de onde vem, exactamente
da mesma pessoa e da mesma ordem que se opõe ao aumento de vagas nas
universidades para a formação de médicos, atitude idêntica, aliás, à ordem dos
enfermeiros.
Sabe-se que existe uma grande falta de médicos de saúde pública e de
médicos de família, principalmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, neste
caso, e ao contrário das frequentes queixinhas dos autarcas do norte, numa
situação ainda pior do que no resto do país, situação que contribuiu para o
descontrole a que se assiste na região lisboeta em relação ao Covid-19.
Não se percebe assim a incoerência do dito provedor, com uma mão a fazer
a única coisa que sabe fazer, queixinhas contra a falta de médicos, com a outra
a impedir o aumento de vagas na formação de médicos.
Quando se precisava de toda a gente a remar para o mesmo lado, temos o
provedor da ordem dos médicos a fazer o papel de “Jaime marta soares” da saúde…
…infelizmente não é o único!:
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