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segunda-feira, 4 de maio de 2015

UMA VERGONHA : Primeiro-ministro elogia publicamente Dias Loureiro

Quando, no passado 1º de Maio, ouvi a afirmação de Passos Coelho, numa deslocação a Aguiar da Beira para inaugurar uma fábrica de queijos, elogiando o "exemplo" de empreendedorismo de Dias Loureiro (ver video em baixo), pensei que tinham trocado o 1º de Maio pelo 1ª de Abril (Dia da Mentira) ou que estava a ver um montagem de um qualquer sketch humorístico.

Afinal era verdade, Passos Coelho teve mesmo o desplante de elogiar Dias Loureiro, que assistia ao discurso do primeiro-ministro (eu até pensava que Dias Loureiro estava preso ou em fuga fora do país!!!), dando-o como  exemplo do "empresário bem sucedido": "Conheceu mundo, é um empresário bem sucedido, viu muita coisa por este mundo fora e sabe (...) que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos [como Dias Loureiro!!!!])".

Ficamos assim a saber que o percurso de Dias Loureiro que, recorde-se foi obrigado a demitir-se de conselheiro de Estado pela sua responsabilidade no caso BPN e por ter mentido ao Parlamento, é o grande exemplo do tal empreendedorismo e do tal sucesso que Passos Coelho tanto defende e apregoa.

Mas, mais espantado fiquei com a forma como esse elogio passou práticamente despercebido entre os comentadores do costume, sempre tão prontos a elogiar as medidas austeritárias do actual governo, em nome da "moralidade" e dos "bons costumes" .

De destacar a excepção do jornalista do Público, Manuel de Carvalho, que, na sua crónica dominical "Memória Futura", desmontou  os rasgados elogios  do primeiro.ministro a Dias Loureiro  ("Passos no país de Dias Loureiro") .

Também se esperava que o próprio primeiro-ministro, se tivesse um pingo de decência ou vergonha, viesse desculpar-se por tão desastrado elogio.

A intervenção de Passos Coelho teve pelo menos o mérito de ficarmos a conhecer o modelo de vida que defende para os portugueses e para Portugal.

Esperemos que, em Outubro, os portugueses lhe respondam à letra.

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