Os resultados das eleições
regionais na Andaluzia e em França não foram o desastre que se previa para os
partidos do centrão, mas foram um forte aviso de protesto contra as políticas “austeritárias” impostas por Bruxelas e Berlim aos cidadãos europeus.
Em França o Partido Socialista quase que desapareceu e parece condenado
aos destino do PASOK, mostrando que a “terceira via”, fundada pelo oportunista
Tony Blair, que procurava conciliar neoliberalismo e austeridade com a “social-democracia”,
está morta e enterrada com o último dos seus émulos, o actual primeiro-ministro
francês Valls.
Está provado que, quando os partidos ditos social-democratas
desrespeitam a vontade dos seus eleitores e a sua própria ideologia e se
entregam à politica neoliberal imposta por Bruxelas e Berlim, estão a cavar a
sua própria sepultura e, pior do que isso, a abrir o caminho ao populismo e
extremismo da direita.
Em Espanha o PSOE, apesar de ter sido o mais votado, perdeu a maioria
absoluta numa região que historicamente tem sido o “feudo” desse partido e
apenas não terá colapsado porque não está neste momento no poder e os eleitores
quiseram condenar aqueles que representam o “rosto” das políticas “austeritárias”
impostas por Bruxelas e Berlim, o PP de
Rajoy.
A situação também não foi pior para os partidos da austeridade porque,
apesar de tudo a lógica de eleições regionais é diferente da lógica nacional e,
além disso, em termos regionais, os partidos do protesto ainda não estão
devidamente implantados como o estão os velhos partidos tradicionais.
Os eleitores europeus quiseram desta vez ficar pelo aviso aos que detêm
o poder nos seus repectivos países, aqueles que são os executantes das
políticas anti-sociais e austeritárias impostas pela Comissão Europeia, pelo
BCE e pelo Eurogrupo.
Se, depois do que aconteceu nas eleições europeias do ano passado, do
que aconteceu na Grécia no início deste ano e do que aconteceu agora em Espanha
e em França, essas instituições e os seus burocratas continuarem a insistir nas
suas políticas de austeridade e de destruição do Estado Social, então é a democracia
e o projecto europeu que começam a estar em risco na Europa.
Por enquanto os eleitores europeus ficaram-se por mostrar o cartão
amarelo…mas já falta pouco para sacarem
do cartão vermelho.
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