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quarta-feira, 4 de março de 2015

CHARLIE HEBDO – o regresso à “normalidade”


O jornal Charlie Hebdo voltou à normalidade das suas edições semanais, com a edição do nº 1179 daquele semanário humorístico e político, no dia 25 de Fevereiro.

Voltando em força analisando a vida política, social e cultural da França e do mundo, com humor e profundidade crítica, esta edição ainda reflecte a procura de identidade após o atentado de que foi alvo.


(a situação em França e na Europa a merecer destaque dos cartoonistas do Charlie Hebdo)

Não se julgue que o “Charlie Hebdo” é um “mero” jornal humorístico. Os cartoon´s servem em muitos casos para ilustrar interessante artigos de comentário político, crítica ou reportagem sobre várias temáticas, tratados, com irreverência, mas de forma séria.

É assim que publicam uma reportagem intitulada “Djhidaistas e Muçulmanos no divã”, tendo por base a entrevista com  dois psicanalistas , onde se interrogam, entre outros temas, sobre as razões de os muçulmanos serem alérgicos à representação da imagem do profeta.

Interessantíssima é igualmente a crítica de cinema ao filme “Sniper Americano”.

Mas é a situação na Grécia que merece maior destaque na situação internacional, com uma entrevista ao ministro das finanças grego Yanis Varoufakis e um artigo intitulado “Syriza é o futuro da Europa”.

Este último artigo levanta, aliás várias questões sobre a construção do projecto Europeu.Nesse artigo chama-se a atenção para a forma como o dogma Alemão e da construção europeia que considera que deve ser a democracia a submeter-se à vontade dos mercados e não aquilo que devia ser, exactamente o contrário desse dogma, que é o que o novo governo grego procura por em prática. Na Europa imposta pela Alemanha e por Bruxelas não “é o povo que escolhe a economia que o rege, mas a economia que impõe os partidos que mais lhe convêm”. Para a autora do artigo, Angélique Kourounis, “a ditadura dos mercados substituiu a ditadura do proletariado”.

Ao colocar assento na decisão democrática dos povos, contra a vontade dos mercados, Tsipras está a salvar a Europa.




Outros assuntos internacionais merecem igualmente destaque, como a situação Ucraniana, tendo aliás um cartoon sobre este tema sido alvo da ira do governo de Moscovo.

( o  cartoon que desagradou a Moscovo)


É o regresso do Charlie Hebdo no seu melhor. 

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