O jornal Charlie Hebdo voltou à normalidade das suas edições semanais,
com a edição do nº 1179 daquele semanário humorístico e político, no dia 25 de
Fevereiro.
Voltando em força analisando a vida política, social e cultural da
França e do mundo, com humor e profundidade crítica, esta edição ainda reflecte
a procura de identidade após o atentado de que foi alvo.
(a situação em França e na Europa a merecer destaque dos cartoonistas do Charlie Hebdo)
Não se julgue que o “Charlie Hebdo” é um “mero” jornal humorístico. Os
cartoon´s servem em muitos casos para ilustrar interessante artigos de
comentário político, crítica ou reportagem sobre várias temáticas, tratados,
com irreverência, mas de forma séria.
É assim que publicam uma reportagem intitulada “Djhidaistas e
Muçulmanos no divã”, tendo por base a entrevista com dois psicanalistas , onde se interrogam,
entre outros temas, sobre as razões de os muçulmanos serem alérgicos à
representação da imagem do profeta.
Interessantíssima é igualmente a crítica de cinema ao filme “Sniper
Americano”.
Mas é a situação na Grécia que merece maior destaque na situação
internacional, com uma entrevista ao ministro das finanças grego Yanis
Varoufakis e um artigo intitulado “Syriza é o futuro da Europa”.
Este último artigo levanta, aliás várias questões sobre a construção do
projecto Europeu.Nesse artigo chama-se a atenção para a forma como o dogma
Alemão e da construção europeia que considera que deve ser a democracia a
submeter-se à vontade dos mercados e não aquilo que devia ser, exactamente o
contrário desse dogma, que é o que o novo governo grego procura por em prática.
Na Europa imposta pela Alemanha e por Bruxelas não “é o povo que escolhe a
economia que o rege, mas a economia que impõe os partidos que mais lhe convêm”.
Para a autora do artigo, Angélique Kourounis, “a ditadura dos mercados
substituiu a ditadura do proletariado”.
Ao colocar assento na decisão democrática dos povos, contra a vontade
dos mercados, Tsipras está a salvar a Europa.
Outros assuntos internacionais merecem igualmente destaque, como a
situação Ucraniana, tendo aliás um cartoon sobre este tema sido alvo da ira do
governo de Moscovo.
( o cartoon que desagradou a Moscovo)
É o regresso do Charlie Hebdo no seu melhor.
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