Nos últimos dias o Presidente da República tem estado no centro das
atenções.
Por maus motivos, acrescentamos nós.
Por um lado, porque veio romper o seu longo mutismo para vir defender a
sua dama, o mesmo é dizer, o seu querido governo coelhista, procurando
desvalorizar a gravidade da situação fiscal do Primeiro-Ministro.
Ao que parece, para Cavaco Silva, esquecer-se de pagar vários milhares
de euros à segurança social e atrasar-se no pagamento do IRS, ao longo de anos
sucessivos, é algo rotineiro e normal, principalmente quando essa prática é
assumida por um primeiro-ministro seu protegido que andou a apelidar os
portugueses de “piegas” , lançou uma violenta perseguição fiscal aos
portugueses que trabalham e produzem, veio invocar os compromissos com o
corrupto mercado financeiro internacional para justificar a espoliação fiscal
dos portugueses e travou, através dos seus apoiantes políticos, uma proposta
parlamentar que visava impedir que portugueses com dificuldades financeiras
ficassem sem as suas habitações por dívidas ao fisco.
Se alguém tinha dúvidas sobre a parcialidade do mandato de Cavaco Silva
e sobre o seu apoio à austeridade imposta pelo governo, elas ficaram mais uma
vez evidentes.
Mas Cavaco Silva não se ficou por aqui.
Em mais um dos seus actos de mera vaidade pessoal, acaba de editar,
com o dinheiro dos contribuintes, diga-se, o 9º volume da sua “obra”
“Roteiros”, onde reúne as suas inócuas, cabalísticas e literariamente
enfadonhas intervenções políticas, “obra” sempre acompanhada de um prefácio que
não passa de um mal amanhado comentário à situação política portuguesa.
Desta vez o tema é o perfil que ele traça para o seu sucessor. A Coreia
do Norte, a Síria, Cuba ou a Venezuela não fariam melhor.
O perfil traçado faz lembrar aqueles concursos públicos do tempo em que
Cavaco era governante e que fez escola nos anos seguintes, onde os critérios para o perfil de um candidato eram de
tal forma afunilados que apenas faltava colocar à frente o nome do escolhido.
O escolhido de Cavaco, já se percebeu, é Durão Barroso, o “grande
timoneiro” que conduziu a Europa para o desastre, o lambe botas de George Bush,
que abriu caminho à formação do Estado Islâmico, e aquele que tanto contribuiu
para as malfeitorias impostas aos portugueses pela troika. De facto o
“escolhido” tem uma grande experiência de “relações internacionais”.
Não fosse trágico para os portugueses, terem um presidente como este,
num momento destes, candidato ao pior da história de democracia, e tudo isto
não passava de uma grande anedota…
Com gente como esta apenas um grupo profissional continua a ter o
futuro garantido….o dos cartoonistas…
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