“O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje no
debate quinzenal no parlamento que não recebeu qualquer valor da Tecnoforma
enquanto foi deputado, até 1999, e que só colaborou com esta empresa após o ano
de 2001.
“Passos Coelho acrescentou que fez parte de uma organização
não-governamental (ONG), o Centro Português para a Cooperação, em conjunto com
administradores da Tecnoforma, desenvolvendo atividades no seu entender
compatíveis com as funções de deputado em exclusividade e admitiu que tenha,
nesse âmbito, apresentado despesas de representação - não precisando entre que
datas” (in I on-line).
Nunca me escapou, ao ouvir Passos Coelho, o estilo “pintarolas”,
“chicoesperto” , “Oliveira de Figueira”, ou como lhe queiram chamar, como, com o ar mais sério deste mundo, tal virgem ofendida, se defende das críticas ou
defende as ideias mais incríveis ou disparatadas.
Hoje Passos Coelho esmerou-se no Parlamento.
Começou por querer dar um ar de político desprendido dos
bens terrenos, repetindo várias vezes que “apenas” aceitou um subsidio de
reintegração a que tinha direito ( no “irrisório” valor de uns milhares de
euros), recusando uma subvenção vitalícia.
Esqueceu-se o “pintarolas” que, quer pela idade, quer pelo
tempo que tinha de “serviço” parlamentar, mesmo perante os escandalosos
privilégios de que beneficiavam então os deputados, não podia NUNCA ter usufruído
desse direito, ou se tivesse esse direito tinha de optar entre o subsidio de
reintegração e a subvenção vitalícia, conforme bem lhe recordou Jerónimo de
Sousa.
Também ficámos a saber que “apenas” recebeu uns dinheirinhos
(nunca referiu o seu valor) como despesa de representação dos seus serviços numa ONG (!!!!), chamada Centro Português para a
Cooperação (CPC), não tendo recebido qualquer valor da Tecnofarma.
Pois!!! Só que organizações como a CPC são um expediente
de chicos espertos (para usar os termos da líder do BE), como Passos Coelho, para serem remunerado eufemisticamente com “despesas
de representação”, de forma indirecta pela Tecnofarma, que era quem controlava
essa ONG. Ou seja, um estratagema para se receber desta empresa sem ser
necessário declarar ao fisco nem incorrer na ilegalidade, uma prática muito
comum à época nas relações pouco claras entre políticos e negócios.
Não deixa de ser estranho que Passos Coelho se recuse a
levantar o sigilo bancário para se conhecer o valor dessas “despesas de
representação”. Como disse António José Seguro, é necessário que se saiba o
valor dessas despesas , a sua origem e o seu resultado nas actividades da CPC.
Ou, como se costuma dizer, quem não deve não teme.
Estamos fartos do estilo "pintarolas" e da "chico espertice" de políticos como Passos “Oliveira da Figueira” Coelho, que enxameiam a política portuguesa nos últimos anos, produto predilecto do "cavaquismo". Basta!!!
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