De que ri esta gente?
Tiraram o futuro aos jovens deste país, convidando-os a emigrar ou ao
desemprego e à precaridade.
Perseguem, sem pudor, os velhos reformados, retirando-lhes as poupanças
e descontos de uma vida.
Vingam-se das decisões do tribunal Constitucional infernizando a vida
dos funcionários públicos.
Convidam quem trabalha a salários miseráveis ou ao desemprego de longa
duração, retirando direitos para salvar banqueiros e corruptos.
Arruínam pequenas e médias empresas, destruindo o mercado interno e
perseguindo-as com impostos e regulamentos estranguladores.
Destroem as conquistas de Abril na Educação e na Saúde.
Vergam-se às alarvidades da banca e da troika criminosa.
Talvez se riam das suas próprias afirmações ou da resposta de Passos Coelho à sua própria pergunta: “O país vive pior ou
vive melhor? Vive melhor!” (??????).
Sim há quem viva melhor, basta olhar à nossa volta para os sinais
exteriores de riqueza de alguns…
O país que ”vive melhor” é o dos salários e reformas de luxo daqueles, políticos,
banqueiros, (alguns)professores universitários, economistas, que aparecem todos
os dias a debitar opiniões na imprensa de “referência” ou nas televisões, a
defender as medidas de “ajustamento”, a retirada de direitos a quem trabalha, a
redução de salários, o empobrecimento do país que “vivia acima das suas
possibilidades”, as mesmas em que eles continuam a viver.
O país que “vive melhor” é o país onde aumentam as desigualdades
sociais, onde o desemprego continua escandalosamente alto e cada vez mais de
longa duração, onde as reformas são cada vez mais miseráveis (menos para os ex-
banqueiros,ex-ministros, ex-políticos do centrão e ex-“boys” da administração pública), onde
ganhar salários por um trabalho não é condição para escapar à pobreza.
O país que “vive melhor” é o país que sobe cada vez mais na
classificação dos países mais pobres da União Europeia, que conhece um
dramático declínio demográfico e onde a cultura e a ciência são mero negócio.
O grave é que toda esta política criminosa de “ajustamento” se faça á
sombra de elogios rasgados e alarves de uma Comissão Europeia, de um FMI e de
um BCE, de um Oli Rhen, de um Durão Barroso ou de um Cavaco Silva.
…ou talvez se estejam a rir do cinismo dessa outra proposta do
primeiro-ministro: um “programa para a natalidade”, quando são as mesmas
políticas por si praticadas que agravam a quebra da natalidade…um programa
sério par aumentar a natalidade e rejuvenescer o país implicava fazer
exactamente o contrário das malfeitorias que têm feito ao país e aos
portugueses, nomeadamente aos mais jovens: criar estabilidade profissional,
estancar a emigração dos mais jovens e mais qualificados, melhorar as condições
e os direitos do trabalho, acabar com a precarização do emprego, aumentar o
rendimento salarial…
Afinal, do que se ri essa gente?
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