Vestem bem, lavam-se em perfumes caros, mantem a linha e uma
imagem de glamour…mas o que lhes sobra do culto da imagem para a comunicação
social é a arrogância, a ignorância e a total insensibilidade social, que
disfarçam com propagandeadas preocupações caritativas e cínicas “preocupações” pelos “pobrezinhos” que eles próprios semearam
com a sua política.
Esta é a imagem que se aplica ao comportamento da srª
Lagarde, presidente dessa tenebrosa organização de lavagem das responsabilidades
do sector financeiro e responsável pela generalização da miséria que se abate sobre cidadãos
cumpridores e trabalhadores por esse mundo fora.
A srª Lagarde revelou ontem uma total falta de respeito pelo
sofrimento que a sua organização e os seus aliados têm vindo a causar ao gregos
(…e não só…), misturando alhos com bugalhos, como se as crianças gregas
tivessem de sofrer mais que as crianças da Nigéria para expurgar os “pecados”
dos seus pais, como se fossem os filhos daqueles que provocaram o descalabro da
Grécia que sofrem com os crimes financeiros do pais.
Na Grécia, como em Portugal e um pouco por todos os sítios
por onde anda o FMI a apregoar e a impo o seu modelo, não são os que fugiram
aos impostos, lavando dinheiro nos off-shores, especulando na bolsa, ou
“simples” corruptos que levaram o mundo à beira do precipício, que estão a
“pagar” pelos seus crimes.
Estes, aliás, têm sido os principais protegidos pelas
medidas impostas pelo FMI, até porque são estes que pagam o guarda-roupa da srª
Lagarde (antes pagavam as orgias do sr. Strauss Kahn…).
A “preocupação” que a srª Lagarde revelou pelas crianças da
Nigéria, para desvalorizar o drama das crianças e idosos pobres da Grécia é do
mais puro e abjecto cinismo, ou não fosse exactamente o tipo de políticas preconizadas
e impostas pelo FMI que estão por detrás da dramática situação social em África
e em muitos outros cantos do mundo.
Ignora ainda a srª Lagarde que na própria Europa “civilizada”
persistem cada vez mais, como resultado da “austeridade” imposta e preconizada
por si e pala sua amiga Merkel, autênticas ilhas de miséria “africana” que se
espalham rapidamente por vários países europeus, formadas por desempregados em
desespero, por reformados com pensões de miséria, por trabalhadores precários e
mal pagos, no seio das quais vivem as tais crianças que a srª Lagarde resolveu
ofender.
Já que a srª Lagarde tem tanta soberba para falar de alto
para os miseráveis que a sua organização anda a semear, gostaríamos de a ver
tratar com a mesma coragem e soberba os seus patrões do mundo das finanças, da
política e do mundo das grandes empresas, os verdadeiros responsáveis pela
grave situação da Europa.
Se é assim uma pessoa tão corajosa, frontal e desassombrada,
tenha coragem para exigir o fim dos offshores, o combate eficaz à corrupção
financeira e ao tráfico de influências, exigindo que as grandes empresas, o
sector financeiros, os accionistas, a especulação financeira paguem os impostos
devidos, pelo menos da mesma forma equitativa que é exigida aos cidadãos e às pequena
e médias empresas.
E já agora, se anda tão preocupada com a miséria das
crianças africanas, faça uma doação de metade do seu guarda-roupa e podia assim
ajudar muitas centenas dessas crianças na sua alimentação e na sua educação.
...um pequeno à parte: a sr. Lagarde com um vencimento anual de 380 mil euros ...não paga impostos...está isenta porque ..."ocupa um cargo diplomático"!!!!....
...um pequeno à parte: a sr. Lagarde com um vencimento anual de 380 mil euros ...não paga impostos...está isenta porque ..."ocupa um cargo diplomático"!!!!....
Se não tem coragem para falar no mesmo tom aos “poderosos”,
então remeta-se à contenção de linguagem
e de respeito que devia ser exigido pelo cargo que ocupa, cargo aliás que
“conquistou” de um modo algo obscuro e ainda mal esclarecido…
Christine Lagarde: os pais das crianças gregas "têm de pagar os seus impostos" - Mundo - PUBLICO.PT (clicar para ler a notícia).
Christine Lagarde: os pais das crianças gregas "têm de pagar os seus impostos" - Mundo - PUBLICO.PT (clicar para ler a notícia).
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