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sexta-feira, 23 de março de 2012

Relembrar...a liberdade


1 comentário:

Anónimo disse...

Lembro-me como se fosse hoje, do tempo em que deixei a freguesia de Messines, no Algarve e fui trabalhar e estudar para Lisboa, vivia à minha custa, comecei a ver a vida de uma maneira diferente,
talvez que esse modo de viver, tenha feito de mim, o homem que hoje sou, um chato com uma visão de um País que podia ser melhor:
OUTRA MANEIRA DE VER
Já passaram uns cinquenta
do tempo que fui estudante
e agora ninguém s'aguenta
leva e a P.S.P, é o garante!
-
quando eu ia até ao Rossio
estavam agentes d'escudos
e agora se alguém dá o pio
lhes partem todos canudos!
-
lembro qu'a malta cantava
o tal hino de um estudante
e nunca mais ela olvidava
as ilusões daquele instante!
-
e andava pela Lisboa a pé
em segurança ia ao Terreiro
na brinca diziam lá vai Zé
que tem jeito para carteiro!
-
e ainda hoje escrevo cartas
p'ra muito assunto diverso
e nossas gentes estão fartas
ai de me lerem tanto verso;
-
e nunca apanhei no Rossio
nunca apanhei no Camões
mas este clima tão doentio
obriga a usar uns bastões!?
-
por vezes e de volta e meia
não quero que tal aconteça
fazem eles a coisa tão feia
pois dão um tiro na cabeça!
-
coitados de nossos agentes
não resistem a tanta pressão
ai da parte de uns dirigentes
e que mandam cá na Nação!?
-
e não é o agente quem quer
que aqui um elogio se faça
e ele é-o, ai por não poder
viver cá sem ter sua massa!
-
e como os cães sem açaime
caem sobre uns jornalistas
sobre o José Goulão, Jaime
e lhes ferem as suas cristas!
-
quando eu vim do Ultramar
e podia ingressar na Guarda
mas que bem eu podia estar
ai escondido sob uma farda!
-
Eugénio dos Santos