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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Como educar para a cultura : Assim se faz cinema no reino da Dinamarca

A história que a reportagem do Público conta em baixo é paradigmática das diferenças entre países, como a Dinamarca e Portugal, no que à actividade cultural diz respeito.

O cinema dinamarquês é hoje um dos mais criativos e dinâmicos da Europa e …tem público.

Tudo começou nos anos 70, apostando-se na divulgação do cinema nas escolas, junto das camadas mais novas, criando assim um público crítico e informado e disponível para encher as salas de cinema na Dinamarca.

Por lá não se olhou a meios, por parte do Estado, para dinamizar projectos culturais nessa área.

Por cá a cultura ainda é encarada como um luxo. Então se falarmos de cinema, a situação é ainda mais degradante.

Pessoalmente, nos meus tempos de cineclubista, aí pelos anos 80, lembro-me muita gente defender que era na escola que se devia apostar para criar um público para o cinema português.

Infelizmente nada foi feito, a não ser por uma ou outra iniciativa isolada, para apostar na divulgação cultural entre os mais novos, aproveitando o espaço da Escola.

Nos últimos anos a escola transformou-se no prolongamento da creche, ou, como dizia um amigo meu, uma creche para gente crescida, onde se vai para tirar um diploma e "uma profissão" (mesmo que seja para odesemprego...) e cad vez menos para se aprender e desenvolver a capaidades criativas...

Governados nos últimos trinta anos por políticos incultos, que só sabem olhar, e sempre em benefício próprio ou dos amigos, para gráficos e cifrões, não nos podemos admirar do nosso atraso nos mais variados domínios. Se alguma coisa sobressai, tal fica a dever-se, quase sempre, não à existência de um projecto nacional coerente, mas ao esforço individual de uns poucos, geralmente sem continuidade quando esses deixam o país ou morrem.

A existir um projecto político para esta área, ele é o da estupidificação colectiva, com a colaboração dos grandes meios de comunicação. É que um povo inculto é um povo resignado, que aceita facilmente a situação degradante em que nos lançaram para manterem os privilégios intocáveis dos poucos de sempre.

Ontem, por exemplo, ficámos a saber que o PSD, cada vez mais um partido de tendência ultra neo-liberal, prepara um novo programa onde defende que a educação e a cultura deixem de ser um preocupação do Estado, entregando-as "à comunidade"!!! (mas...o Estado não é da comunidade!?).

Assim...não chegamos à Dinamarca!

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