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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um tema para reflectir neste 1º de Dezembro...e se começássemos a criar alternativas ao "EURO" (quiçá à "Europa"...)?


Começa a ser claro que Portugal não pode contar com a “boa vontade” da União Europeia para resolver os seus problemas financeiros.

Da UE, cada vez mais refém da estratégia de vistas curtas da srª Merkel, todos os dias recebemos notícias cada vez piores .

Quanto aos “mercados”, como se vê, eles não se comovem com a atitude entre o “lambe botas” e o “agachado” do governo português.

Em Portugal só temos Três destinos no futuro:

-ou continuamos a endeusar o euro e a Europa, e passamos as próximas décadas a trabalhar para pagar os juros dos especuladores alimentados pelas “bocas” da srª Merkel e pela incompetência do BCE, regressando rapidamente à pobreza do costume e aumentando o nosso atraso estrutural em relação à Europa por falta de meios de investimento;

-ou os chamados “PIIGS” (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha)(aos quais se irão juntar em breve a Bélgica e outros estados que não interessam ao projecto de conquista de “espaço económico vital” da Alemanha) se unem e fazem frente ao ataque especulativo de que estão a ser alvo e à má gestão europeia da crise por parte do BCE e das outras instâncias comunitárias, defendendo que todos somos europeus e que não existem europeus de primeira e europeus de segunda, obrigando a uma profunda reforma do sistema financeiro, económico, politico e social. (Mas, com os governantes que actualmente estão a liderar esses países e com as elites que os dominam, é mais previsível a política do “salve-se quem puder” , à mistura com a aplicação de medidas para agradar aos patrões desses líderes, a sr.ª Merkel, o BCE e a Comissão Europeia, que se estão “marimbando” para a solidariedade europeia);

- ou começamos a procurar uma alternativa ao Euro e à UE, diversificando as nossas relações internacionais, aproveitando a nossa imensa Zona Económica Exclusiva atlântica e o nosso relacionamento privilegiado com países africanos, do Magrebe, do Médio-Oriente, da Ásia e da America, quer a brasileira, quer a latino-americana, para nos livrarmos da dependência face a uma Alemanha cada vez menos interessada em países como o nosso.

Se optássemos por esta última alternativa, devíamos contar com a Espanha para a criação de uma grande comunidade ibérico-africo-americana, de base atlantista, que, progressivamente, se tornasse para nós, numa alternativa credível à UE, preparando o caminho para a criação de uma moeda comum que, a prazo, substituísse o euro, sem ser necessariamente preciso sair da UE.

Portugal viveu mais de 800 anos sem euro e sempre conseguiu encontrar soluções para enfrentar problemas bem piores, e em circunstâncias mais graves que as actuais. Qual é agora o receio em colocar em causa o Euro? Se reflectirmos um pouco, veremos que, tirando a facilidade que ele nos permite no cambio quando viajamos e alguns sectores financeiros que com ele enriqueceram (os mesmos que o defendem com “unhas e dentes”), vivemos pior desde que entrámos para o euro, pelo menos os mais pobres e as classe médias, com a agravante de nos termos deixado amolecer enquanto povo, perdendo a perspectiva do que queremos para o país, entregando-nos ao consumo desenfreado incentivado pelos bancos, empresas e meios financeiros que nos levaram à crise e que agora exigem que a paguemos.

Esta é a minha sugestão de reflexão para este dia 1º de Dezembro.

Só assim podem tentar sair do pântano para onde os especuladores financeiros e os políticos corruptos, os caseiros e os europeus, nos conduziram, e procurar construir um novo destino para o país, de cabeça erguida.

1 comentário:

José Luís disse...

Visito este blogue, bem como VEDROGRAFIAS, pela primeira vez. Estas palavras têm jeito. No dia que comemora a independência de Portugal, faziam falta. E como o dia está prestes a acabar, ficarão acompanhadas, pelo menos, com este comentário. Até podia ser como o Venerando diz, porque não? Como as palavras estão bem ditas, em jeito de não haver mais nada a dizer, apetece não comentar.