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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Estado Social"?Não...é antes "O Estado a que isto chegou"...

(Fonte: Blogue FERROADAS)
Segundo um estudo do professor João Cantiga Esteves, e ontem divulgado no “i”, existem em Portugal 356 institutos públicos, 343 empresas municipais e regionais, 639 fundações, 87 parcerias público-privadas, representando, estas, um investimento de 48 mil milhões de euros…, 5094 entidades ligadas à administração local que usam dinheiros públicos, existindo um total de 13740 entidades financiadas pelo Estado português…

O mesmo jornal revela ainda que, em média, cada empresa pública tem 88 chefias, ascendendo os salários mais elevados dessas mesmas chefias a uma média de 6400 euros mensais…

Seria demagógico não reconhecer que algumas dessas empresas, fundações e institutos desempenham funções importantes e que alguns dos cargos de chefia são de grande responsabilidade técnica.

Contudo, a actividade da esmagadora maioria dessas empresas, fundações e institutos, além de desconhecida da maior parte do público, é irrelevante e a sua existência serve apenas para alimentar a clientela política dos partidos do ”centrão”.

Para a maior parte dessas empresas, fundações e institutos, entra-se para as chefias mais bem pagas por favores políticos e outros que se adivinha, raramente pela competência…

Se juntarmos a tudo isto as assessorias políticas, a contratação de conhecidos escritórios de advogados, a forma escandalosa como se realizam concursos público, como é hoje denunciado pelo “Público”, mais uma série de mordomias, eufemísticamente designadas por “ajudas de custo” ou por “prémios de desempenho”, percebe-se onde está o tão apregoado “Estado Social” .

Ainda hoje dois jornais diários, o Correio da Manhã e o o Diário Económico revelaram que a empresa Águas de Portugal  investiu nos últimos tempos em 400 carros topo de gama que podem ser usados pelas chefias superiores e intermédias 24 horas por dia…

Perante todas estas evidências, não venham, por favor, srs. economistas, srs. comentadores, srs. “principescamente” reformados do Banco de Portugals, srs. ex-ministros das finanças, srs. políticos, continuar a fazer recair sobre a maioria de beneficiários da segurança social, desempregados, pobres e reformados, ou sobre os professores, médicos e outros funcionários públicos que foram contratados pelo Estado em concursos públicos objectivos, contribuintes, trabalhadores e empresas produtivas em geral, o ónus do deficit financeiro …

Isto não é o “Estado Social”…é, quanto muito, e parafraseando o saudoso Salgueiro Maia, “O Estado a que Isto Chegou”…

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