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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A INFORMAÇÃO QUE [NÃO] TEMOS


Em Espanha, uma greve geral de professores em defesa do ensino público, entra no segundo dia e anima o debate público no país vizinho.

Em Nova Iorque algumas centenas de jovens, imitando o movimento dos “indignados” assentam arraias há vários dias em Wall Street.

São mil e um pequenos e grandes acontecimentos que descobrimos na imprensa internacional aqui na net, que nem sequer são comentados na comunicação social portuguesa (nomeadamente nas televisões, que é o que conta para a [de]informação da opinião pública).O máximo que algumas dessas notícias podem almejar por cá é poderem passar naquelas irritantes notas de rodapé, de preferência rapidamente e cheias de erros e imprecisões, e que só contribuem para dispersar a nossa atenção do que se passa no écran.

Entretanto todos os canais repetem até à exaustão as mesmas notícias, os mesmos temas , as mesmas ideias, os mesmos comentadores e entrevistados…então se o tema for o futebol!!!

Quem pensava que a diversidade de canais televisivos trazia diversidade de ideias e de informação enganou-se ( e enganou-nos) redondamente.

Os três canais informativos por cabo chegam a dar, ao mesmo tempo, a mesma conferência de imprensa, a discussão sobre o mesmo tema e muitas vezes, se não os mesmos comentadores, todos a pensar da mesma maneira, apenas com ligeiras nuances para dar algum colorido à coisa.

Em vez de reportagem, temos cada vez mais comentário, em vez de debate pluralista, temos cada vez mais “especialistas” de tudo e coisa nenhuma que, no essencial , pensam da mesma maneira, em vez de diversidade, o domínio do pensamento único…

Claro que existem excepções, mas a regra é aquela

O incrível Marinho Pinho aparece nos debates em representação dos advogados, como se todos os advogados pensassem como Marinho Pinho…

Os mesmos ex-ministros que conduziram o país aos descalabro são ouvidos por tudo e por nada sobre a crise, e ainda têm o descaramento de darem a sua opinião e conselhos, e desta ser respeitada pelos jornalistas, sem recurso ao contraditório..

E quando não há “casos” para debater, inventam-se, forçando declarações ou distorcendo interpretações como aquela cena incrível de ontem, na SIC notícias:

Cavaco Silva está de visita aos Açores. Em vez de fazer a pergunta a Cavaco, o jornalista pergunta ao presidente do governo regional dos Açores (cito de memória, as palavras não terão sido exactamente estas, mas o sentido é o mesmo) se achava que as entidades responsáveis em Portugal sabiam do descalabro financeiro da Madeira. César responde que sim; o jornalista insiste se ele acha que o presidente da República também sabia, respondendo o interlocutor que acredita que ele sabia. De seguida o mesmo jornalista vai ter com o Presidente da República para ele comentar…as afirmações de César…

…e é assim que se vai fazendo jornalismo em Portugal….

Cada vez mais recorro ao Travel, à National Geographic , às séries e filmes, para fugir à miséria franciscana da nossa comunicação social televisiva…e ainda querem criar outro canal?...

2 comentários:

Nuno Amado disse...

Tu ainda vês o telejornal???
LOL
Já desisti há muito tempo... na TV só filmes, séries e documentários (para além do incontornável Panda para a pequena...)
De resto vivá BD!
:D

Abraço

Anónimo disse...

100 % de acordo.

Vou partilhar com alguns amigos e aproveito para divulgar o teu excelente blog.
Grande abraço,

Fernando Sarzedas

Venerando,
Hoje ando mesmo parvalhão... era aqui e não no artigo do Tadeu que queria ter feito o comentário acima. Até porque ainda nem sequer li esse artigo do Tadeu...não sei com o meu comentário foi lá para...(???)
O teu artigo sobre a comunicação social, esse sim, gostei e sinto o mesmo...