Hoje, ao acordar, a primeira coisa que me veio à memória foi o filme “Feitiço
do Tempo”, aquele em que Bill Murray interpreta um jornalista que fica preso no
mesmo dia, numa vilória norte-americana onde o personagem por ele interpretado,
um jornalista , foi fazer a cobertura do “dia da Marmota”.
Devido a uma estranha tempestade
magnética, todos os dias acorda no mesmo dia e as cenas repetem-se, monótonas, sempre
iguais, situação só percetível por esse personagem, que aproveita para
aperfeiçoar as situações vividas, sem conseguir sair desse dia.
É assim que eu, e muitos outros retidos em casa, se sentem, nestes dias
de interminável espera.
Limitados ao espaço da casa, os gestos vão-se repetindo diariamente,
sem a liberdade e a diversidade vivida, apesar de tudo, naquele dia infindável
de Bill Murray.
O grande momento do meu dia é o dos breves passeios com as minhas
cadelas, no relvado em frente à “Madeira Torres”, num silêncio estranho, apenas
cortado por um raro automóvel que passa, interrompendo momentaneamente o chilrear
dominante de melros e rolas, com outros sons da passarada que, antes, nem me
apercebia que existiam.
Dia Grande é o da ida ao supermercado, uma ou duas vezes por semana, agora
estranhamente calmo e silencioso.
Até quando vai durar o nosso “dia da marmoata”?
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