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quinta-feira, 19 de março de 2020

Estado de Emergência . É para cumprir (mesmo discordando-se).



Perante a grave situação vivida, devemos acatar todas as ordens das autoridades, principalmente as emanadas, por ordem decrescente de credibilidade, pela Direcção Geral de Saúde (DGS), Ministério da Saúde, Primeiro-Ministro e…Presidente da República (PR), mesmo quando discordamos ou temos dúvidas.

Apesar de tudo, temos a sorte desta crise ter acontecido sob o governo de António Costa e presidência de Marcelo Rebelo de Sousa.

Já imaginaram o inferno que seria se tudo isto tivesse acontecido nos tempos de Passos Coelho e Cavaco?

Isto não quer dizer que não discordemos de algumas atitudes dos nossos actuais governantes.

Como a Democracia e a Liberdade não foram suspensas, todos temos direito a comentar ou opinar sobre algumas dessas decisões e, passada a grave situação, haverá tempo para fazer balanços e responsabilizar pelos erros.

Sendo assim, passo a explicar porque, até prova em contrário, coloca o PR no final da lista.

Quando já se conhecia a grave situação vivida na Itália e existiam recomendações da DGS, o sr. PR resolveu brincar com a situação, continuando a distribuir beijinhos, abraços e selfies.

Depois, quando percebeu que a coisa era mesmo séria, retirou-se para uma espécie de quarentena forçada (e “dourada”), remetendo-se ao silêncio e o país ficou “entregue” à Drª Graça Freitas e ao governo, que tomaram as medidas adequadas, acatadas, reponsavelmente, pelos portugueses e, cujo resultado, já se começou a ver hoje, quando, pela primeira vez, se registou um número inferior de novos infectados em relação ao dia anterior.

Eis senão quando o sr. PR renasce das cinzas, cheio de “pica” e, de forma apressada, sem consultar os especialistas , cedendo ao mais puro  populismo musculado, aplica, apressadamente, o “estado de emergência”, só não lançando o caos porque muitas das medidas permitidas por essa decisão já tinham sido tomadas pela DGS e pelo governo, sem o “estapafúrdio” “marcelista”, mas provocando as primeiras divisões na opinião pública sobre o combate aos Coronovírus.

É assim que faço minha as palavras sempre sábias do jornalista Ferreira Fernandes, ontem no Diário de Notícias online:

“Justificando com os portugueses terem até agora acatado bem as medidas que têm sido impostas, o Governo e a esquerda que o apoia preferiam não ter de invocar o argumento de autoridade do estado de emergência. Não é preciso falar alto quando se é ouvido... Marcelo e toda a direita, por uma vez unidos, preferiam o contrário.
“Costa tem como justificação política uma certa profilaxia da democracia: os estados de exceção são um comer que aumenta o apetite... Por seu lado, Marcelo precisava de fazer prova de vida depois do seu excesso de abraços públicos já com a pandemia declarada, seguido de uma recolha a casa ainda não bem explicada. E a direita, além de não querer perder a oportunidade, há muito rara, de se mostrar unida, deixa-se levar pela sua tendência natural para a política musculada (aliás, neste dias, palavra por ela muito invocada).
Claro que tudo isto é política menor perante a questão essencial e grave: combater o coronavírus. Ele é o inimigo de todos".

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