Afinal, a incapacidade da União Europeia em lidar com a grave situação
do migrantes não tem a haver apenas com incompetência ou cedência ao
“populismo” dos seus líderes.
É mesmo por falta de humanidade das instituições e dos líderes da União
Europeia, como se vê agora com a crise do “coronavírus”.
A Itália, depois de apelar à União Europeia por ajuda, recebendo apenas respostas retóricas, acabou por receber a solidariedade de onde menos se podia
esperar, da China, que enviou material e médicos para ajudar o país.
Da União Europeia apenas ouvimos a retórica habitual, do “deficit” para
aqui, do cumprimento das regras financeiras para acolá, tudo regado em milhões “prometidos”,
mas, com já sabemos de experiências anteriores, a pagar no futuro pelos
cidadãos, com o “juro” habitual das “reformas estruturais” (cortes salariais e
nas pensões, aumento de impostos, cortes nos direitos sociais e no Estado
Social), pois os lucros do sector financeiro e os “mercados”, esses são
intocáveis.
Não existe coordenação nas medidas, nem coordenação na ajuda, ou no
controle de fronteiras.
É cada um por si, apesar da bonita retórica,
politicamente correcta do “somos todos italianos”!.
Por agora há que combater o vírus, apoiar os profissionais de saúde no
seu trabalho esforçado, seguir as recomendações das autoridades nacionais e
ajudar as pessoas em dificuldade.
Depois temos todos de “ajustar” contas com a burocracia de Bruxelas
para que, mais uma vez, essa gente não nos venha cobrar para salvarem a face do
sistema financeiro que alimentaram.
Espero que os cidadãos, passada a crise, ponham os burocratas de
Bruxelas na ordem, de uma vez por todas, exigindo uma Europa para os cidadãos, mais humana, solidária e social, e não mais para os “cifrões” dos “mercados “ e dos especuladores
financeiros.
Ponham-se a pau. Os cidadãos europeus estão a enfrentar o vírus, mas
também estão atentos e fartos da inoperância dos burocratas de Bruxelas e não aceitam
mais austeridade em nome da salvação do “mercados”.
Caros burocratas, nada vai voltar a ser como era!
Sem comentários:
Enviar um comentário