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terça-feira, 10 de março de 2020

Expresso : o tablóide das "elites"!




Já há muito que nos temos referido à forma como um jornal de referência, como o “Expresso” se tornou, nos últimos anos, uma espécie de tablóide para elites, políticas e “intelectuais”, recorrendo a títulos bombásticos e tendenciosos que, depois de ler a s notícias no interior, não justificam a escolha desses títulos “à Correio da Manhã”.

Aconteceu nas duas últimas edições.

Numa destacava-se uma afirmação de uma entrevista à Dr.ª Graça Freitas, onde a intenção do jornal com o título era causar alarme social, mas, na entrevista, percebe-se que o título tinha sido intencionalmente tirado do contexto, pois o número referido não era uma previsão, mas um cenário com o qual os médicos e os cientistas têm de trabalhar.

Aliás, faço minhas as palavras da jornalista do Público São José Almeida ("Os vírus que  põem  democracia em risco", Público de 7 de Março de 2020"):
"Sinto-me na obrigação de manifestar solidariedade com Graça Freitas pela situação em que foi colocada pelo Expresso, ao fazer manchete de uma suposta declaração sua sobre o coronavírus, quando, de facto, na entrevista, Graça Freitas se referis a um modelo teórico de cenarização e não à realidade portuguesa actual. Pior. A primeira página do semanário foi divulgada isoladamente, sexta à noite, e usada como argumento no Expresso da Meia-Noite, completamante descontextualizado. Causar alarme público não é função do jornalismo".

O mesmo tipo de manipulação repetiu-se na última edição, desta vez tentando desacreditar a acção da Direcção Geral de Saúde, recorrendo a afirmações “independentes” e “credíveis” dos presidentes das ordens dos médicos e dos enfermeiros, sobejamente conhecidos pelo facciosismo s político dos seus líderes, procurando explorar os pequenos casos que correm mal, como se os jornalistas do “Expresso” fossem a pureza personificada…

Enfim, num momento em que todos devíamos estar a remar para o mesmo lado, o “Expresso” dá mais uma vez um exemplo do que é o jornalismo de sarjeta.

Costuma dizer-se que é nas crises que se revela o melhor e o pior de cada um.

O “Expresso” mostra, com esses tristes exemplos, o que vale!

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