Já há muito que nos temos referido à forma como um jornal de
referência, como o “Expresso” se tornou, nos últimos anos, uma espécie de tablóide para elites, políticas e “intelectuais”, recorrendo a títulos
bombásticos e tendenciosos que, depois de ler a s notícias no interior, não
justificam a escolha desses títulos “à Correio da Manhã”.
Aconteceu nas duas últimas edições.
Numa destacava-se uma afirmação de uma entrevista à Dr.ª
Graça Freitas, onde a intenção do jornal com o título era causar alarme social,
mas, na entrevista, percebe-se que o título tinha sido intencionalmente tirado
do contexto, pois o número referido não era uma previsão, mas um cenário com o
qual os médicos e os cientistas têm de trabalhar.
Aliás, faço minhas as palavras da jornalista do Público São José Almeida ("Os vírus que põem democracia em risco", Público de 7 de Março de 2020"):
"Sinto-me na obrigação de manifestar solidariedade com Graça Freitas pela situação em que foi colocada pelo Expresso, ao fazer manchete de uma suposta declaração sua sobre o coronavírus, quando, de facto, na entrevista, Graça Freitas se referis a um modelo teórico de cenarização e não à realidade portuguesa actual. Pior. A primeira página do semanário foi divulgada isoladamente, sexta à noite, e usada como argumento no Expresso da Meia-Noite, completamante descontextualizado. Causar alarme público não é função do jornalismo".
Aliás, faço minhas as palavras da jornalista do Público São José Almeida ("Os vírus que põem democracia em risco", Público de 7 de Março de 2020"):
"Sinto-me na obrigação de manifestar solidariedade com Graça Freitas pela situação em que foi colocada pelo Expresso, ao fazer manchete de uma suposta declaração sua sobre o coronavírus, quando, de facto, na entrevista, Graça Freitas se referis a um modelo teórico de cenarização e não à realidade portuguesa actual. Pior. A primeira página do semanário foi divulgada isoladamente, sexta à noite, e usada como argumento no Expresso da Meia-Noite, completamante descontextualizado. Causar alarme público não é função do jornalismo".
O mesmo tipo de manipulação repetiu-se na última edição,
desta vez tentando desacreditar a acção da Direcção Geral de Saúde, recorrendo
a afirmações “independentes” e “credíveis” dos presidentes das ordens dos
médicos e dos enfermeiros, sobejamente conhecidos pelo facciosismo s político
dos seus líderes, procurando explorar os pequenos casos que correm mal, como se
os jornalistas do “Expresso” fossem a pureza personificada…
Enfim, num momento em que todos devíamos estar a remar para
o mesmo lado, o “Expresso” dá mais uma vez um exemplo do que é o jornalismo de
sarjeta.
Costuma dizer-se que é nas crises que se revela o melhor e o
pior de cada um.
O “Expresso” mostra, com esses tristes exemplos, o que vale!
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