Estava a pensar
escrever um post sobre a forma vergonhosa, intolerante e ignorante como se está
a tentar lançar o debate sobre a aprovação dos projectos sobre a Eutanásia.
Afinal, em 2018, já
escrevi, AQUI, no meu blog Pedras Rolantes, o essencial sobre o meu pensamento
e opinião em relação o tema, com a diferença de, ao contrário daquilo que
pensava na altura, já ter havido o tempo mais que necessário para se debater e
esclarecer o tema.
Ao contrário do que
escrevi na altura, hoje o Parlamento tem
toda a legitimidade para debater e legislar sobre o assunto.
Lamentável é o modo
como a Igreja e alguma gente tenta fazer deste tema uma guerra de religião ou
de ideologias, entre os "maus" que "querem" vulgarizar uma
"cultura da morte" e "matar velhinhos" e os "bons",
"defensores da vida" a todo o custo, mesmo a custo da dignidade humana e da liberdade individual
de acabar com a sua degradação irreversível.
Em relação às
instituições da Igreja, com muitos telhados de vidro no que se refere à
"defesa" da dignidade humana e da vida, o que me surpreende é que
nada aprenderam com a atitude tolerante do actual papa Francisco.
Uma coisa são os
valores da Igreja, outra coisa é tentar a sua imposição com o recurso à mentira
e à ignorância, fazendo disto uma guerra religiosa.
Uma coisa é apelar à coerência na aplicação desses valores entre os católicos, (apesar de, no que respeita à dignidade humana, para muitos católicos nem todos os valores apregoados por Cristo têm o mesmo peso e valor....), outra é tentar impor esses valores a toda a sociedade.
A Igreja tem direito de julgar com base nos seus valores. O que não pode é impor que os seus valores sejam impostos por lei, levando à prisão quem pratique ou ajude a praticar a eutanásia, como acontece actualmente.
Uma coisa é apelar à coerência na aplicação desses valores entre os católicos, (apesar de, no que respeita à dignidade humana, para muitos católicos nem todos os valores apregoados por Cristo têm o mesmo peso e valor....), outra é tentar impor esses valores a toda a sociedade.
A Igreja tem direito de julgar com base nos seus valores. O que não pode é impor que os seus valores sejam impostos por lei, levando à prisão quem pratique ou ajude a praticar a eutanásia, como acontece actualmente.
Sinceramente, pensava
que a nossa Igreja já tinha evoluído alguma coisa.
Afinal estou enganado.
Por cá, pelos vistos, a
"nossa" Igreja ainda está a anos luz da abertura do papa Francisco.
Apesar de saber que o
Papa não defende a Eutanásia, tenho a certeza que faria o debate e a defesa das
suas ideias com outra tolerância e sem recorrer à mentira.
A Eutanásia, e a
legislação em debate, não se discute com um "Sim" ou um
"Não", num referendo, sujeito a toda a demagogia e primitivismo ignorante de comentadores de bancada e redes sociais, como já se percebe da argumentação
dos defensores do referendo, até porque
a Eutanásia é um assunto que só se colocará numa minoria de casos.
Misturar os cuidados
paliativo, o acto médico de desligar uma máquina, o direito dos médicos à
objecção de consciência, o testamento vital, tudo questões que já estão devidamente legalizadas, com
o que está em causa com os projectos de lei em causa é fomentar a ignorância e
a intolerância, e a própria degradação da vida de muita gente que espera por
uma solução.
Despenalizar é a única maneira de impor regras, quando estão esgotados os recursos acima mencionados, evitando que um acto de humanidade mande para a prisão, tal como qualquer vulgar assassino, quem hoje, sem condições, recorre à eutanásia.
Despenalizar é a única maneira de impor regras, quando estão esgotados os recursos acima mencionados, evitando que um acto de humanidade mande para a prisão, tal como qualquer vulgar assassino, quem hoje, sem condições, recorre à eutanásia.
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