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quarta-feira, 6 de julho de 2011

TERRORISMO FINANCEIRO


Portugal foi ontem alvo de mais um “ataque terrorista”. Neste caso um “ataque terrorista” ainda mais difuso, pois não existe um rosto a reivindicar os efeitos desse ataque e estes só serão sentidos a prazo.

Por detrás desse ataque não estão homens-bomba religiosamente fanatizados, mas respeitáveis senhores de fato e gravata, tu cá tu lá com os banqueiros de Wall Street e os dirigentes do FMI, do BCE, do Euro grupo e da Comissão Europeia, fanáticos pelo poder da especulação financeira.

Esses “terroristas” nem precisam de usar cassetes manhosas enviadas à socapa para as redacções dos jornais ou divulgadas em sites duvidosos para explicar os seus motivos. Têm, na maior parte da comunicação social ocidental, directa ou indirectamente controlada pelo sistema financeiro que os protege, os seus comentadores (economistas, gestores, ex-ministros das finanças, professores universitários …)para propagandear e justificar os seus actos criminosos .

Como efeito imediato desse ataque terrorista temos mais umas fortunas que se fizeram à custa das variações bolsitas e monetárias que esse ataque ontem provocou.

Como efeito de médio prazo temos o aumento geral dos juros negociados com os mesmos “mercados” que esses terroristas representam, que serão pagos à custa da recessão económica, do desemprego, dos salários, dos contribuintes e do agravamento da situação social da maior parte dos cidadãos.

Não se estranha que o BCE venha dizer que não se mete no assunto ou que os comissários europeus e os burocratas do euro grupo continuem a assobiar para o ar, como se nada fosse com eles ( e de facto não é, pois essa gente têm o seu futuro garantido com os chorudos ordenados, ajudas de custo e reformas pagas pelo sacrifício crescente dos cidadão europeus ).

Se alguém ainda acreditava que a melhor forma de contentar esses “mercados” e o seu “braço armado” , as empresas de rating, era aumentar os sacrifícios de todos, cumprir o programa que os seus negociadores impõem e não os “ofender”, aí está a resposta . Essa gente, tal como o pior criminoso e o pior terrorista, não têm escrúpulos nem contemplações, quando se trata de defender os seus lucros fabulosos, não olhando a meios para atingir os seus fins.

É o resultado de o projecto (?) Europeu se ter deixado controlar pelos interesses dos “mercados”, esquecendo-se do objectivo inicial de construir uma sociedade livre, democrática e de bem-estar.

Com este ataque irracional das empresas de rating contra Portugal, ficou provado que essas agências se comportam como predadoras hienas à volta de um rebanho, atacando os seus elementos mais fracos, dizimando progressivamente os restantes. Se algumas das “ovelhas” mais robustas do “rebanho” europeu julgam que estão imunes ao ataque das hienas, entregando as mais fracas em sacrifício, estão muito enganadas. Se não fizerem frente, de forma unida, a essas criminosas agências de rating, e se não os tratarem como merecem, como verdadeiro LIXO, em breve a sua voracidade chegará ao topo da “cadeia alimentar”.

…e logo agora que isto “ia tão bem”!!! (até já se falava na necessidade de a Europa assistir a um “exemplar caso de sucesso”, que seria, “obviamente” o português!!).

….

No meio do caos e do autêntico balde de “água fria” que a atitude predadora das criminosa agências de rating provocou, é refrescante ouvir uma opinião, como a do DR.José Reis, um dos poucos economistas que pensa por ele e diferente das “vuvuzelas” do costume, sobre essas mesmas empresas:

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