Tornou-se corriqueiro no ocidente, desde o 11 de Setembro, relacionar “terrorismo” com “islamismo”.
Daí vulgarizou-se e tornou-se “acaitável” um conjunto de atitudes e opiniões políticas xenófobas e anti-islâmicas, e não só, oriundas de uma certa direita democrática, à luz do combate ao “terror islâmico”.
Nos últimos tempos foi frequente ouvir da srª Merkel “respeitáveis” opiniões sobre os “perigos do multiculturalismo”, diatribes do sr. Berlusconi contra os ciganos, logo acompanhadas por acções punitivas com o “apoio” passivo das autoridades, ou legislação anti-islâmica por parte do governo do sr. Sarkozy , tudo isso encarado com a maior das normalidades ou até defendido com a argumentação “liberal” e compreensiva de respeitáveis comentadores.
O que aconteceu na Noruega apanhou assim de surpresa essa gente tão respeitável e democrática.
Afinal, apropriar-se dos programas políticos da extrema-direita europeia, aplicando-os no dia-a-dia, em nome da democracia, da liberdade e da civilização ocidental, com a justificação de retirar argumentação a esses mesmos extremistas ou transmitindo a ideia que ideias asquerosas e hediondas, aplicadas por gente séria, deixariam de o ser , vulgarizando a xenofobia, só pode dar força ao extremismo mais ignóbil.
Se a tudo isto juntarmos uma espécie de “xenofobia social” contra o factor trabalho e o chamado “Estado Social”, tão do agrado de “respeitáveis” banqueiros, políticos e economistas europeus, está montada uma perigosa “caldeirada” ideológica que só pode entusiasmar e fomentar os extremismos de todos os tipos
Esperemos que a tragédia norueguesa obrigue o ocidente a reflectir sobre os ovos de serpente que anda a chocar nos últimos anos…
1 comentário:
Muito bem!!! Concordo plenamente.
Fernando Sarzedas
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