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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Por favor, salvem o PSD!



Não, não me converti ao PSD.

Não, não simpatizo com um partido que se diz popular e tem sido apoiante e executor de medidas antipopulares, como aconteceu com o “ir além da troika”.

Também não simpatizo com um partido que anda por  aí a enganar toda a gente a dizer-se “social-democrata”, mas tudo o que tem feito é apoucar o nosso já de si débil Estado Social e a retirar direitos a quem trabalha.

Muito menos simpatizo com o mal disfarçado neoliberalismo que é a matriz actual desse partido.

Sim, simpatizei, mantendo-me à distância, com a coragem de Sá Carneiro que disse e escreveu coisas sobre Portugal, tanto antes como depois do 25 de Abril,  que hoje seriam consideradas, pela maior parte dos seus actuais militantes e simpatizantes, como sendo de “extrema-esquerda” ou “venezuelanas” (acham que estou a exagerar? Então leiam o que ele escreveu, ele que era, de facto, um social-democrata).

Mas, apesar das distâncias e das divergências, penso que esse partido é fundamental para o funcionamento da democracia portuguesa, nem que seja para travar o avanço do populismo de extrema-direita.

O PSD tem um papel pedagógico na direita portuguesa, canalizando para a democracia os órfãos do Estado Novo salazarista e as novas gerações populistas da direita e neoliberais.

Se esse partido se desboroar, abre-se espaço em Portugal para a extrema-direita e esse é, para mim, o maior perigo que a democracia portuguesa vai ter de enfrentar nos próximos tempos.

Por isso apelo às pessoas de bom senso e democráticas que, dentro do PSD, sobreviveram ao cavaquismo e ao passos-coelhismo, para não deixarem morrer o PSD e o salvem da confusão que os está a devastar.

E, não, não estou a ironizar.

Eu sou de esquerda, não desejo que o PSD volte ao poder nos próximos tempos, mas também sei que não há democracia sem um forte partido democrático de direita. O PSD  (e o CDS…mas isso é outra história..) ainda é esse partido.

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